Ela estava cansada. Sonhava em
silêncio enclausurada no seu abrigo de palavras. Esqueceu-se de ouvir os
pássaros da sua alma. O barulho do pensamento emudecia a voz do seu coração e
fechava as janelas dos seus olhos. Mas às vezes sonhava. Soltava as algemas que
lhe prendiam o voo e lhe apagavam os sorrisos amordaçados pelo turbilhão do seu
viver.
Abria as portas do Templo do seu
Coração e via o Sol a nascer a desfilar no poema do seu Sentir.
No ar, o aroma das rosas brancas,
a fragrância do jasmim…cheiros florais de alento. Acordava o Sonho.
Quanta formosura irradia agora do
seu semblante. Flutua como uma bailarina, voluteia, dança… cabelos soltos
penteados pelos Anjos… leva nas mãos
ramos de ternura. Dos seus olhos nascem sorrisos lunares, lagos azuis embalados
no interior da sua alma que espargem magia e doçura no horizonte dos sonhadores
deslumbrados a quem chamam poetas.
As fadas sorriem com o chilrear
dos pássaros que voam nas brisas confidentes, florescem cânticos e poemas nos
bosques abandonados e entristecidos.
Desponta a primavera do Sentir
num jardim secreto e radioso… tão sonhado!
Fanny Costa
Adorei o texto, onde por momentos ao ler embarquei numa ilusão. Lindo lindo. Parabéns.
ResponderEliminarAdoro o som.
Beijos. Boa noite!
É bom embarcar na ilusão quando a realidade nos oprime e entristece. Também adoro a melodia que tanto têm inspirado os meus textos.
EliminarBeijinho, Cidália .
Fanny Costa
ResponderEliminarGrato pela visita.
Na alquimia dos sentidos as coisas, todas as coisas, metamorfoseiam-se a cada olhar num universo infinito de emoções. É por isso que o Mundo é imperfeito, do micro ao macro. Nunca completado, está à espera do talento que borbulha em cada mente (que sente).
Bj.
Um universo de emoções, de sentires... um mundo imperfeito que queremos transmutar em beleza, nem que sejam meras palavras.
EliminarHaverá sempre Primavera, enquanto houver um sonho que possa voar livremente e enquanto houver flores de esperança que perfumem o vento que nos acaricia o rosto e pintem de múltiplas cores o prado dos sentidos.
ResponderEliminarEnquanto houver primavera, mas a que more no coração, que nos dê alento e nos convide a voar num horizonte perfumado de alegria e esperança... Gosto de voar nas palavras pois é nestes voos que saio da gaiola em que estou enclausurada. A alma nunca está presa... está livre onde o Tempo não existe.
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ResponderEliminarpoderá, um dia, o espírito humano (ou outro), levar-nos no sonho?
deixar de sonhar, com o corpo em viagem seria, tão só, matéria sem emoções.
viva, pois, o sonho (enquanto isento de imposto).
seja bem-vinda, Fanny
obrigado pela visita.
:-) bjs
Sim, podem aprisionar-nos o corpo menos a alma que tem asas para voar no horizonte dos sonhos.
EliminarMuito grata pela sua visita.
Beijinhos
Fanny Costa