quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Delonga


Delonga-te no silêncio dos dias, interpreta os enigmas das noites em que o teu coração amargurado quase submergiu.

No barco frágil da existência, solta as amarras aos nós, enfrenta ainda os vendavais  do teu ser, deles sairás mais forte, há quietudes que sempre entram na embarcação dos sonhos movendo o coração a um porto seguro. 

Delonga-te nos trilhos sinuosos que navegaste, na solidão que enfrentaste com os teus braços exauridos de tanto remar contra a revolta das marés, contra a impetuosidade das palavras. 

Ama o desalento rumoroso do teu percurso, ama as procelas que triunfaste e perde-te (encontra-te) nessa ondulação, com a certeza de seres rio num estuário sereno onde poucos sabem desaguar e tudo compreender. 

Fanny Costa

6 comentários:

  1. Foto fascinante de ver. Poema poeticamente magistral e delicioso de se ler.
    A conjugação perfeita
    .
    Deixando um abraço

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  2. buscar na serenidade da alma que se abre em estuário
    o conforto das palavras na contramão das procelas
    e acreditar na quietude que oculta o nobre relicário
    dos sonhos que alimentam fé em vindouras eras

    navegar sobre o desalento, empunhar a esperança
    contra as torrentes do infortúnio e amarguras
    e pronto acolher da alma a serena temperança
    que nos guiará seguros ao porto da ventura

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    1. Wow, José Carlos! Os teus comentários mereciam um blog. Pensa nisso. Muito grata pelo carinho das tuas palavras impregnadas de poesia.
      Um abraço de luz

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  3. Fabricar com a esperança as amarras que não cedem... Gostei muito do texto Fanny.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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    1. Muito grata, Graça. E que a esperança ande sempre de mão dada com o nosso coração.
      Um beijinho

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Grata pela sua leitura e o carinho da sua visita.
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