O
murmúrio da floresta, a dança das horas remexem os braços das lembranças. Entre
o pensamento e o gesto nascem papoilas nos olhos do sol.
Há
um odor de cores que o arco-íris desenha no papel do horizonte, orvalho de
cetim que transparece no coração da terra. Inocência de violetas azuis, pintura
celestial de uma alvorada que cresce nas brisas do momento, acordes de versos
no poema anunciado pela subtileza dos campos bordados de margaridas brancas.
Há
um mistério que invade a pele dos aromas terrestres, há um vento que traz o
perfume das galáxias que os olhares abrigaram na profundidade dos mares. Olor
eterno, resplandecendo ternura, num toque de asas, nuvens de sonho que
transportam sorrisos em oásis perdidos nos jardins de esperança.
A
alma divaga, erra nas alamedas do Tempo, é uma flor de cristal. A alma
resplandece palavras de brisa, pétalas que se multiplicam em notas de estrelas
pinceladas no céu de um sonho cantado nas margens da lua, abrigadas no segredo
dos instantes almejados.
Autoria:
Fanny Costa