Hoje, eu não tenho palavras...
Há melodias e imagens que nos inspiram. Enchem-nos a alma no nosso recolhimento... as palavras começam a voar e a encontrar novos sentidos. Pura alquimia das letras que nos desenha sorrisos no coração e que gostamos de partilhar.
sexta-feira, 31 de julho de 2020
sexta-feira, 24 de julho de 2020
Medit(c)ação
Silêncio, muito
silêncio...somente o murmúrio do mar, o bailado dos galhos das árvores embalado
pelas brisas airosas da alvorada, o chilrear magnânimo dos pássaros que (en)
cantam...
Silêncio, quero escutar a canção
da alma, quero interpretar as vozes que entram no meu espaço sagrado. Abro o
coração para sentir, resguardo tudo o que se passa em mim, tudo o que percorre
os meus sentidos... como um rio que flui nas veias da essência... Há o que
fica, há o que se extingue consoante os desígnios do meu Sentir.
Há pensamentos que ousam entrar
neste relicário interior lembranças, ideias, imagens... deixo que elas esvoacem
como as nuvens brancas que se apartam lentamente no horizonte. Vêm e vão...
mergulho no vácuo quântico e encontro-me de novo com o meu Ser. Flutuo na
"escuridão" do meu mundo, vislumbro estrelas coloridas e deixo-me ir
nas asas do arco-íris, como uma pena, leve e solta. Uma Luz magnânima se
acende, o meu olhar ilumina-se com o esplendor daquela visão enigmática,
daquele Portal de Luz que se abre.... Choro compulsivamente ao mesmo tempo que
as gargalhadas do coração entoam por aquele espaço interior de silêncio.
Um paradoxo de sentimentos, uma
magia que me transporta onde a minha alma quer viajar e onde eu quero ficar.
Vou para o Bosque de Asas Brancas, baloiço nos segredos do vento, tudo está
misteriosamente mais rutilante... as árvores, as flores, as borboletas, as
estrelas, o luar... até as pessoas estão mais resplandecentes, mesmo que ainda
não percecionem.
Vou compreendendo a dualidade da
vida, a alegria, a tristeza… e os obstáculos... consciente da sua impermanência.
Aceito e deixo-me ir, na certeza
que os meus trilhos são os ajustados no movimento etéreo dos meus passos que se
movimentam na imobilidade do meu corpo.
Com este silêncio, meditação,
equanimidade, a mente vai-se sublimando.
Somos cientistas de nós mesmos,
sabedores do invisível, da realidade da nossa natureza genuína, pela nossa
própria vivência de solitude, pela nossa nova ConsCiência.
E ao sublimar, não há mais muros
que inibam a fluidez do amor.... Extingue-se o nevoeiro do olhar, o coração desata
as amarras, voa na alegria, no perdão, na compaixão e as lágrimas que caem são
de pura gratidão.
Fanny Costa
terça-feira, 21 de julho de 2020
Solitude
Há um bailado de palavras, na solitude do coração, a dança é apenas uma quimera, o sorriso de uma asa almejando voejar no cântico eloquente das brisas deslumbradas.
Há um sonho acorrentado, o nevoeiro dos dias sem o sol da liberdade...a esperança que ainda entoa nos violinos etéreos da alma...
Fanny Costa
segunda-feira, 6 de julho de 2020
Tesouro da Alma
Gosto de caminhar, escutar os meus passos a dialogar com a terra, códigos impercetiveis que só a alma entende.
Gosto da suavidade das brisas que acariciam os meus cabelos desalinhados e do esplendor do Sol que me beija a face desenhando sorrisos nos meus olhos.
Gosto das fragrâncias da Natureza, do burburinho das árvores, que eu abraço sentindo o pulsar da Mãe Gaya.
Não sei controlar os meus passos, eles levam-me sem destino e eu deixo-me ir, qual bailarina rodopiando feliz, sem medos, sem amarras.
Sento-me na areia da praia ainda deserta, apaixono-me pelas aves que me saúdam numa dança esvoaçante de gargalhadas.
Sorrio, sorrio... sem fim!
Penso no milagre da Vida, da simplicidade grandiosa do Universo, invisível a tantos olhares distraídos e tresmalhados nos trilhos da vida.
Fecho os olhos, devagar, respiro profundamente a suavidade do horizonte, silencio a mente. Vislumbro agora oásis estelares, um arco-íris infinito e os meus pés são agora asas que me levam em voos coloridos pelo Universo. Há jardins de sonhos, sinto o perfume das flores etéreas e perceciono uma beatitude celestial onde eu entrego, amorosamente, os poemas do meu coração.
Flutuo na magia das galáxias e descortino que o tempo não tem horas, nem minutos... não há passado nem futuro.
De regresso compreendo que o tempo é o AGORA e que em todos nós reside uma beleza única, inigualável, um Tesouro Precioso que não é material, mas é o mais próspero e abundante que podemos ter (Ser).
Fanny Costa
sábado, 4 de julho de 2020
Demanda
Todos os dias te sonho. Tu que és o Universo e cabes no meu coração, em cada recanto do meu Ser e que respiras nos poros da minha pele.
Por vezes sonho com o Futuro, outras vezes sento-me no baloiço dos meus silêncios e sinto os teus (a) braços etéreos, ternura flutuante que me eleva os sentidos ao teu mundo onde eu gostaria de me aninhar quando o frio me arrefece a Essência, mesmo que lá fora a brisa aqueça a aurora.
Oiço o teu murmúrio na melodia das árvores, vejo o teu sorriso nas flores que os meus olhos agradecem, isto porque tu és a Natureza onde eu gosto de passear e de te sonhar... sou uma simples Fada na demanda do Amor.
Fanny Costa
quinta-feira, 2 de julho de 2020
Veredas da Vida
Tanto deambulava pelas veredas da vida, mas havia muros tão altos, barreiras disformes que faziam tropeçar a esperança!
Por vezes, parava e pensava o motivo de tantos obstáculos e tantos desejos adiados. Por que tantas sombras apagavam os seus sonhos cheios de sol que lhe aqueciam a alma e lhe devolviam sorrisos esquecidos?! Qual a razão de tantos caminhos nublados e gélidos, se ela só almejava a paz, o Amor, a serenidade que embalasse o seu Sentir? Ela queria VIVER!
Por vezes, parava e pensava o motivo de tantos obstáculos e tantos desejos adiados. Por que tantas sombras apagavam os seus sonhos cheios de sol que lhe aqueciam a alma e lhe devolviam sorrisos esquecidos?! Qual a razão de tantos caminhos nublados e gélidos, se ela só almejava a paz, o Amor, a serenidade que embalasse o seu Sentir? Ela queria VIVER!
Refugiava-se nos segredos dos livros, enveredava por rios de palavras onde gostava de afagar as suas melancolias e ondulava mais feliz quando os versos inesperados brotavam do seu coração cheios de luz e sentido.
Ela não caminhava sozinha, andava de mão dada com a solidão que lhe murmurava tantos enigmas, tantas questões aclaradas quando se entregava ao silêncio mágico dos seus pensamentos. Descortinava mistérios que desenhavam contornos coloridos no seu destino. Ela sabia que um dia teria o Sol da sua Vida a beijar o seu Coração, a sua Alma… teria de esperar e continuar a sua jornada com os olhos postos no mar, nas flores, no céu e nas estrelas… Esperar, simplesmente esperar!
“Confia!”- dizia-lhe o seu Eu Interior… “Esse dia irá chegar, mas não perguntes quando, porque o Tempo, onde a teu verdadeiro Ser habita, não existe.”
Fanny Costa 🦋
Fanny Costa 🦋