Há vazios que se chegam a nós…
abraçam-nos insensíveis, oferecem-nos pétalas murchas oriundas de jardins
esquecidos, abandonados… fica no ar um perfume melancólico de passado, memórias
sombrias que escondem o sol da alma…
Por muito que se cerrem as
janelas do coração, o vendaval de lembranças invade a quietude do sentir…
revira o baú da alma, defuma no horizonte incensos lânguidos… plangentes…
disseminam ventos gélidos onde já havia mansidão… placidez interior…
Hoje eu queria caminhar, voar
pela imensidão dos sonhos que começavam a florir, hoje eu ainda queria acreditar
nos sorrisos de liberdade e primavera… mas as portas do horizonte permanecem obstruídas
e os meus passos continuam inertes na perplexidade amargurada do coração.
Fanny Costa
Gosto muito 👏👏👏👏👏
ResponderEliminarGratidão, Gracinha pela sua visita. Um abraço de luz
EliminarEssa melodia do BrunuhVille, o nosso brilhante portuguesinho de Coimbra, é de facto inspiradora. Ao juntar-se ao lirismo da tua prosa, Fanny, temos um encontro de sonhos, que nos envolve e extasia intensamente os sentidos. Assim, digo:
ResponderEliminarouse o coração desafiar o penhor da amargura
quando avançar languidamente sobre as primaveras
onde outros sonhos em mansidão e límpida frescura
emanam aromas suplicantes de esquecidas quimeras
ouse o coração desafiar a ventania e a sentença
e colher malmequeres na floração dos horizontes
escolha então a memória a pétala de uma nova avença
e deixe-se a alma inundar na poesia silente das fontes
ouse o coração recriar os encantos de uma antiga fábula
ao abrir suas janelas ao infinito ensolarado da imaginação
afastar a perplexidade e a inquietude de sombrias máculas
e entregar-se à certeza remissora de uma nova peregrinação
Gratidão, José Carlos! Ontem lembrei-me de ouvir o nosso portuguesinho que encanta o mundo com o seu lindo trabalho. Tenho um carinho especial por esta melodia.
EliminarQuanto ao teu comentário...
Que lindo, um poema - oração! Que assim seja! Que o coração caminhe por primaveras, na mansidão de outros sonhos esquecendo a ilusão. Que o coração colha flores perfumadas de poesia num horizonte amplo, livre... sem portas. Que o coração abra as janelas da vida e o Sol entre, emane alegria, afaste a perplexidade do Sentir e ilumine os caminhos do Puro Amor.
Não tenhas receio de voar, livre e firme, na imensidão do prado dos sonhos, onde não há portas nem comportas que possam impedir a tua liberdade de afluir ao jardim dos sorrisos primaveris, onde poderás colher flores de esperança e de confiança.
ResponderEliminarGratidão, JC, pelo carinho das tuas palavras vestidas de sorrisos primaveris e flores de esperança. Que assim seja!
EliminarFanny,
ResponderEliminarO tempo que foi novo entardeceu e uma nuvem de espanto regressou com pétalas de medo.
Nas mais largas alamedas pequenos focos de trevas contagiaram a noite. E tudo escureceu!
Mas há-de nascer um sol com um novo lume, que dissipe as trevas e volte a colocar o sorriso nos nossos lábios!
Um beijo para ti, e cuida-te!
Muito grata pela visita, Albino.
EliminarNuvens de espanto, que não me espantam... As pétalas de medo, talvez sejam agora pétalas de coragem. E a noite dá sempre lugar ao sol, mesmo que este se esconda por detrás das neblinas existenciais.
Há sempre uma luz que quer despontar nas trevas de um sentir.
Beijinho