sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Venha 2022


 

Mais um ano a terminar, mais um ciclo que se fecha, muitos laços desfeitos(?) , muitos apegos difíceis de soltar...

O Novo Ano aproxima-se e fazendo a retrospectiva do ano que finda, vislumbro muitas inquietações, muitas tristezas, muitas dúvidas. Não vou negar que o coração dói, mas, estas dores que ninguém vê, eu abraço-as e agradeço todas as aprendizagens que me transmutaram numa pessoa mais consciente e evoluída interiormente.

"Crescer" dói, enlaçar a solitude, percorrer o vazio, escutar o silêncio e interpretar a intuição são processos dolorosos, mas simultaneamente libertadores. Quando percepcionamos e aceitamos as nossas sombras, que muitos não admitem existir neles próprios, é que podemos contemplar a Luz tão almejada.

Já dizia Rumi com as suas sábias palavras: "A ferida é por onde a luz entra em ti".

Talvez ainda os dias não estejam assim tão claros e solarengos como eu tanto desejo. O inv(f)erno tem sido muito rigoroso, muitas tempestades, muitas inundações nesta alma tão fragilizada. No campo das emoções, as estações do ano trocam-nos as voltas. Tombaram pouco a pouco muitas mágoas, muitos desencantos com o Outono do coração. Tentei varrer as folhas atormentadas e débeis na esperança que esta nova estação purifique os infortúnios e as agonias. E que nesses espaços arejados e cristalinos se edifiquem as pontes que me permitirão sentir as fragrâncias da Primavera e resplandecer com as flores que irão despontar sorrisos em cada paisagem do meu olhar.

Quero prosseguir o meu caminho sem arrependimentos, sem culpas, sem ressentimentos. Quero agradecer todos os desafios que ultrapassei, quero agradecer a todos os anjos terrenos que me emprestaram as suas asas para que eu não sucumbisse nos abismos do meu sentir. Quero perdoar a quem me fez mal, a quem traiu a minha confiança e pedir perdão a quem magoei pela transparência dos meus sentimentos.

Quero, neste novo Ano, banir tudo o que me fez sofrer e voltar a nascer, rodeada de pessoas que vibrem na frequência elevada que tanto sonho.

Quero dar a mão a quem me ame de verdade e vibre comigo na alegria espontânea, sem medos e sem constrangimentos.

Venha 2022 porque a minha essência já começou a sorrir...


Feliz Ano Novo! 

Feliz Renascer! 🕊️🦋🤍




sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Feliz Natal

 


Mais um Natal... mais uma oportunidade das famílias se reunirem (apesar da pandemia) e esquecerem os conflitos, as divergências e abrirem os seus corações para o que realmente importa: Amor, Harmonia e Paz. Que esta data não seja somente uma ocasião de trocar prendas e degustar boas receitas de culinária... o mais importante é abraçar os nossos familiares e amigos com a doçura da nossa alma e desenhar sorrisos todos os dias do ano. Eu peço SAÚDE ao menino Jesus... porque tudo o resto virá se abrirmos o nosso coração ao milagre da vida.

Um abraço de alma e coração! 

🎅❤🎄💫🎁🎀🕊️

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Anelo da Alma

 


Hoje queria repousar das intempéries do coração, descansar a minha alma numa enseada azul de águas cristalinas e serenas, deixar-me levar pelas velas das brisas mansas, sem destino... apenas ondular em sonhos confortantes, imperecíveis, afagos de eternidade no meu ser...

Hoje eu queria abrir os braços e voar no vento com as gaivotas, em voos de ascensão por um horizonte plácido de luz e amor... queria sentir no peito esta realidade intrínseca que me abraça na imaginação... sentir as gotas límpidas da chuva na minha face, poder limpar as nódoas que magoam o meu sentir... embriagar-me com o elixir abençoado da vida.

 Autoria: Fanny Costa 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Música no Coração


 

Tocam as mesmas músicas no coração... aquelas que nos abraçam e nos levam para o aconchego da memória... Descortino perfumes de rosas na obscuridade da solidão, os meus olhos enevoados redescobrem o azul submerso no marasmo do sonho que quer findar...

Não! Não quero enclaustrar as portas do sonho, o cansaço não vencerá o regozijo de outrora!

Há sorrisos meus que eu esqueci nos atalhos dos crepúsculos, reflexos lunares que tu acarinhas... há gotas da minha alma a escorrer nas pétalas macias dos teus segredos... há um destino que os meus dedos ainda anseiam escrever com as cores eternas do arco-íris... 

Os laços invisíveis ligam o meu corpo ao abismo da Razão... mas eles também enlaçam a minha alma à tua, como se tu fosses um pedaço do meu ser, elo mágico que me ata à essência da vida.

A música continua a tocar neste meu resguardo de silêncio, há notas sibilantes do teu murmurar... palavras tuas fragmentadas, sílabas desencontradas num puzzle que ainda teimo em compor... Procuro resgatar o fulgor das estrelas que me dedicaste, tento abrilhantar as rimas amarguradas do poema longínquo, versos soltos de mim... de ti... desamparados.

Queria tanto explicar-te a languidez dos sentidos, estes que agora não conheço, mas que me lançam na vertigem alucinante das sensações... 

Pudesses tu devolver-me a aurora que eu deixei escapar pelos meandros do meu caminhar... Pudesses tu dar-me a tua mão e, juntos, desenharmos uma pomba branca no coração do pensamento.


 Autoria: Fanny Costa 

domingo, 12 de dezembro de 2021

Brisas Etéreas

 

Olhas o horizonte azul, vislumbras os pássaros que voam da tua alma... e não percebes que eu sou o voo de ternura que te sustém neste emaranhado louco de sentidos. Desenho-te canções de amor nos segredos do vento que deslizam no Tempo... Ecoam murmúrios de sol que te tocam meigamente e que tu acolhes no silêncio das tuas mãos.

Refugias-te no Paraíso da Noite onde te escondes na tua solidão e no silêncio das tuas palavras, mas levas contigo o sol que te dei... Ele agora é a lua que te aconchega, farol da tua alma que te conduz na escuridão do sentir. E em cada estrela cintilante que te sorri, tu sorris também, porque sentes os beijos em flor que derramo no jardim encantado do teu coração... oásis perfumado de sonho que te preenche o vazio da existência...

Adejo contigo nas brisas etéreas do sonho... mas tu não compreendes que quem voa contigo, sou eu.

 

Autoria: Fanny Costa

sábado, 11 de dezembro de 2021

Inquietação

 


Abundam chuviscos nos teus olhos, adensa-se a penumbra que escorrega no horizonte. O teu coração deambula curvado num labirinto de ausências e as tuas mãos trémulas sustentam o gelo das palavras  amarescentes soletradas no rumor do vento. 

Cai a noite, cai a esperança e as estrelas extinguem-se no avesso do céu, enquanto o lápis da memória desenha um mar soturno onde soçobras num tormento cada vez mais padecido. 

 

Autoria: Fanny Costa

 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Utopia

 


O desalento cresce neste turbilhão de sentimentos e a voz dos dias emudeceu num rio estagnado e lamacento. Um bramido tácito ecoa nas trevas do sentir. Há um punhal de palavras que abre feridas quase cicatrizadas. 

Os sonhos foram rasgados,  abandonados num deserto árido e a dor foi tão profunda que a protagonista deste enredo quase sucumbiu num abismo inesperado e dolente. 

Caem as máscaras do teatro da  vida. A protagonista desta história de (des)encantar salta daquela página triste, amarrotada de palavras lancinantes. Foge, sem pensar, sem rumo. 

Há montanhas de espanto por escalar naquele coração quebrantado. Choram os poemas inabitados, tantos versos magoados, embrulhados em rimas imperfeitas

Os seus passos quedam-se prostrados, a angústia é tão penosa que ela não consegue mover-se. 

Olha em redor e os olhos das pedras também choram! Ao longe vê no seu jardim uma flor dolente, murcha... outrora bela, mas regada de utopia. 

Um perecimento anunciado, negado, agora uma realidade... com que futuro? 

 

Autoria: Fanny Costa

 

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Era uma simples rosa...

 


O jardineiro amava o seu jardim de rosas, mas havia uma especial que ele guardava no seu coração. Rara flor que ele protegia e cuidava com muito amor num canteiro resguardado e fechado não viessem as ventanias e tempestades magoar a debilidade das suas pétalas.

Um dia plantou outras flores  no terreno fértil do seu Ser e outro jardim floresceu como um sonho a perfumar o seu coração enchendo-o de alegria. Ele contemplava  o seu jardim cheio de cores e fragrâncias maravilhosas mas a rosa do seu coração quase fenecera fechada na sua solidão. Como esquecer a fragilidade da sua flor tão amada? Como poderia esquecer a fragrância daquela rosa que ele tanto protegera e tantos cuidados lhe dera?

Pegou nela, suavemente, espargiu ternura, beijou as suas pétalas aveludadas e com os seus amorosos murmúrios,  as pétalas vicejaram em sorrisos deslumbrantes.

Agora aquele jardineiro não poderia deixar a sua flor esquecida naquele canteiro, aparentemente resguardado. 

O jardineiro perdia-se nos seus  pensamentos, vivia num tumulto de sentimentos e os jardins coloridos eram o seu alento, a sua paz.

Um dia, distraído nas suas infindas cogitações, esqueceu-se da porta aberta e as pétalas aveludadas esvoaçaram velozes  nas asas de um vento agreste. A sua rosa encantada, tão amada, nunca mais embelezou aquele canteiro tão precioso.



Autoria: Fanny Costa

 

domingo, 5 de dezembro de 2021

sábado, 4 de dezembro de 2021

Aconchego

 


Sentada no esplendor da sua praia, ela traçava sonhos com a caneta do coração. Admirava o mar que era o seu lenitivo, um aconchego divino. Abençoada praia que a elevava ao outro lado do horizonte e onde reencontrava a poesia da sua Alma.

Eram horas mágicas que sacudiam a poeira do livro guardado no segredo dos seus dias e lhe devolviam a serenidade ao Coração. As letras tímidas dos seus sonhos enleavam-se suavemente às sílabas e as palavras brotavam na alvura do seu Ser.

Ao entardecer, o sol despedia-se, beijava o seu rosto e espelhava o seu sorriso na brandura das águas que ondulavam em brisas de paz.

Hoje ela  já não pode sentar-se nos degraus sumptuosos daquela praia. Agora vive na solidão do seu claustro insípido, embrulha-se num cobertor amarrotado de tantos sonhos desfeitos. Ainda assim, quando um sonho airoso  lhe murmura um poema, o seu coração esvoaça nas asas dos seus versos e ela repousa os seus sentidos na poesia das brisas, daquele mar distante, mas tão amado.

Autoria: Fanny Costa

 

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Purificação


 

Se um dia tropeçares na sombra da tua existência e dos teus olhos gotejar alguma tristeza, limpa as janelas do teu Sentir e procura o poema do arco-íris que habita o segredo do teu coração.

Em nenhum momento, te esqueças de abrir a tua alma para a magia do horizonte onde as aves dançam só para ti e também não te esqueças de desenhar o teu mais belo sorriso para lhes agradecer.

E se ainda assim, imergires na solidão e nem das janelas do teu Ser vislumbrares o voo da tua liberdade, embeleza-te com o teu vestido mais lindo, vai caminhar, passeia devagar pela Natureza, delonga-te no encanto dos detalhes, apura todos os teus sentidos. É lá o teu Templo, o lugar sagrado onde vais resgatar a tua Alegria que te espera. Mas se a nostalgia ainda te acompanhar, mergulha, sem medo, no lago azul desse bosque encantado. Purifica a melancolia, banha-te de Esperança, de Céu, de Vida!


Autoria: Fanny Costa