Ela gostava de caminhar pela
floresta, havia um fascínio que adentrava na sua alma. Perdia-se feliz nos
refúgios das árvores, como se os seus ramos fossem abraços a enlaçar o seu
coração. Como explicar os sorrisos que nasciam daqueles enleios mágicos? Os
seus passos, por vezes, aceleravam e corriam pelos campos pintados de cores.
Nasciam asas no seu corpo que a elevavam ao cume das montanhas onde podia
vislumbrar a vastidão do infinito que não cabia nos seus olhos.
Agora brotam flores de silêncio
nos jardins da memória. Os dedos não se cansam de tricotar versos de estrelas,
rimas de sol e de vento, um murmúrio azul na planície do pensamento.
Fanny Costa