segunda-feira, 29 de outubro de 2018

O Sorriso do Poeta




Hoje o poeta espreguiçou-se na ternura de um beijo, apanhou palavras que ficaram deitadas na sua almofada querendo enlaçar o poema que se erguia com o sol da manhã. O poeta sorriu com aquele emaranhado de sentidos despidos de razão e os sons do seu coração voaram na brisa do alvorecer.
Hoje o poeta não calou a poesia que nasceu no murmúrio da noite, as letras desenharam fantasias e esperança nas páginas brancas do seu viver.
De que cor são os teus sonhos, Poeta? Que melodias tocam? Quem os sente como tu? O Amor é a canção da tua Alma?
Hoje o poeta pintou as cores de um nome na flor que desabrochou no seu jardim, pétalas de arco-íris perfumadas de aurora. Hoje o silêncio foi uma suave carícia, asas de anjo no abraço de um Sentir… um beijo nos lábios de um Sonho…um olhar entrelaçado no mesmo firmamento.

Fanny Costa

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Ausência





Escuto-te neste silêncio e vejo a luz que emana do teu ser. Ao ouvir o teu murmúrio doce… quente, a minha Alma aconchega-se nestas noites gélidas e obscuras.
A noite desnuda-me. Não tenho frio. O receio é uma utopia que afasto do meu pensamento. Saio e passeio por trilhos de solidão onde se veem luzências a piscar pelas janelas dos edifícios. Imagino quantos corações estarão a amar-se no conforto dos lares, sussurrando a palavra Amor. Sorrio triste. Sinto-te. Teimo em ouvir-te como quem se desnuda na escuridão para Amar.
Não estás comigo e vives na minha Alma. Gosto da melodia do silêncio e da quietude das brisas. Medito e encontro-te naquele Éden de papoilas onde corríamos quando nos amávamos entre gargalhadas e beijos de Amor. A tua ausência é uma presença em mim, mesmo que as tuas asas não estejam a enlaçar o meu corpo. As brisas que sopram despenteiam os meus cabelos e sei que elas têm as tuas mãos preenchidas de ti, a ternura que exalas em cada suspiro de saudade.
Sei-te em mim. Vejo-te no baloiçar das árvores que dançam as músicas que vêm de longe, sinto o teu perfume nos jasmins que sorriem para mim. E neste remanso anímico, regresso a casa com os rouxinóis melódicos que me conduzem no seu adejar amoroso.
Sinto os teus abraços e adormeço pela madrugada no sorriso da tua Alma.

Fanny Costa