domingo, 4 de dezembro de 2022

Refúgio


Ela gostava de caminhar pela floresta, havia um fascínio que adentrava na sua alma. Perdia-se feliz nos refúgios das árvores, como se os seus ramos fossem abraços a enlaçar o seu coração. Como explicar os sorrisos que nasciam daqueles enleios mágicos? Os seus passos, por vezes, aceleravam e corriam pelos campos pintados de cores. Nasciam asas no seu corpo que a elevavam ao cume das montanhas onde podia vislumbrar a vastidão do infinito que não cabia nos seus olhos.

Agora brotam flores de silêncio nos jardins da memória. Os dedos não se cansam de tricotar versos de estrelas, rimas de sol e de vento, um murmúrio azul na planície do pensamento.

Fanny Costa