Gosto de caminhar, escutar os meus passos a dialogar com a terra, códigos impercetiveis que só a alma entende.
Gosto da suavidade das brisas que acariciam os meus cabelos desalinhados e do esplendor do Sol que me beija a face desenhando sorrisos nos meus olhos.
Gosto das fragrâncias da Natureza, do burburinho das árvores, que eu abraço sentindo o pulsar da Mãe Gaya.
Não sei controlar os meus passos, eles levam-me sem destino e eu deixo-me ir, qual bailarina rodopiando feliz, sem medos, sem amarras.
Sento-me na areia da praia ainda deserta, apaixono-me pelas aves que me saúdam numa dança esvoaçante de gargalhadas.
Sorrio, sorrio... sem fim!
Penso no milagre da Vida, da simplicidade grandiosa do Universo, invisível a tantos olhares distraídos e tresmalhados nos trilhos da vida.
Fecho os olhos, devagar, respiro profundamente a suavidade do horizonte, silencio a mente. Vislumbro agora oásis estelares, um arco-íris infinito e os meus pés são agora asas que me levam em voos coloridos pelo Universo. Há jardins de sonhos, sinto o perfume das flores etéreas e perceciono uma beatitude celestial onde eu entrego, amorosamente, os poemas do meu coração.
Flutuo na magia das galáxias e descortino que o tempo não tem horas, nem minutos... não há passado nem futuro.
De regresso compreendo que o tempo é o AGORA e que em todos nós reside uma beleza única, inigualável, um Tesouro Precioso que não é material, mas é o mais próspero e abundante que podemos ter (Ser).
Fanny Costa