Há vazios que se chegam a nós…
abraçam-nos insensíveis, oferecem-nos pétalas murchas oriundas de jardins
esquecidos, abandonados… fica no ar um perfume melancólico de passado, memórias
sombrias que escondem o sol da alma…
Por muito que se cerrem as
janelas do coração, o vendaval de lembranças invade a quietude do sentir…
revira o baú da alma, defuma no horizonte incensos lânguidos… plangentes…
disseminam ventos gélidos onde já havia mansidão… placidez interior…
Hoje eu queria caminhar, voar
pela imensidão dos sonhos que começavam a florir, hoje eu ainda queria acreditar
nos sorrisos de liberdade e primavera… mas as portas do horizonte permanecem obstruídas
e os meus passos continuam inertes na perplexidade amargurada do coração.
Fanny Costa