terça-feira, 29 de setembro de 2020

Silêncio

Chama-me o silêncio, a voz impercetível do tempo que não passa… O vazio instala-se em mim, espraia-se em marés de amargura, vai e vem que me atormenta em gritos sombrios de desespero. O abismo cresce na minha alma… vertigem do momento que me atordoa num turbilhão crescente. O passado é um poema "desfeito" , um emaranhado de sons magoados que choram, lembranças presas nas rimas que ainda cantam. Deambulo no presente, sem rumo, alma perdida na noite, horizonte sem estrelas, luar foragido que se esvai por entre a solidão dos meus olhos. Perdi o futuro, talvez não esteja preparada para a aurora dos novos tempos. Talvez eu nem exista, talvez eu seja uma miragem do meu pensamento, uma flor espezinhada por uma esperança que agora fenece. 

Fanny Costa

6 comentários:

chica disse...

Melancolia em tuas belas palavras! lindo! beijos tudo de bom,chica

JC disse...

Somente uma alma bela, sensível e única, tem o dom e a arte de fazer do terreno pantanoso da melancolia um verdejante prado onde floresce a poesia.

© Fanny Costa disse...

Olá, Chica. Muita gratidão pelo teu comentário.
Beijinhos

© Fanny Costa disse...

É da lama que nascem lindas flores de lótus...
E como dizia o sábio poeta Rumi: "A ferida é o lugar por onde a luz entra em ti."
Muito grata pelo carinho das tuas palavras.

" R y k @ r d o " disse...

Fascinante de ler e...interiorizar.
.
Um dia feliz
Abraço

© Fanny Costa disse...

Muito grata, Rik@rdo.
Um dia muito feliz
Um abraço de luz