As palavras perderam a voz, os
caminhos dos sonhos calaram os cânticos das almas. Abracei o silêncio das
melodias e enrosquei-me nos braços dos meus versos adormecidos e permaneci
naquele templo de palavras abandonadas. Repousei os sentidos, bebi cada
significado como se fossem o bálsamo das minhas dores.
O violino da alma entoou a
memória esquecida levada pelos ventos agrestes do sentir e por momentos
evadi-me da clausura das tempestades. De olhos fechados vislumbrei os
labirintos da alma e percebi que os rascunhos da existência se tornavam cada
vez mais perceptíveis.
Fanny Costa