sexta-feira, 27 de julho de 2018

Clausura




A porta abriu-se...
entrou o cansaço cheio de dor...
queria descansar no quarto da esperança
e eu, apática, deixei-o entrar.
A minha alma ficou plena de abatimento
e o mundo ficou esfumado
numa lembrança tímida... quase sem forma.

Fecho os olhos, procuro os sonhos
cada vez mais longínquos...
quase impercetíveis...
pontos de luz esvoaçando a reminiscência de um sorriso...
pássaros de asas feridas, mas resilientes...

Estou cansada...
as janelas também se fecharam
e ocultaram a magia da primavera
que orquestrava a melodia das aves
e o bailado das árvores
numa coreografia de cores perfumadas.

Recolhida na gaiola do meu viver,
pego no lápis dos sonhos
e desenho portas e janelas abertas…
deixo que a poesia do meu coração
entre e me segrede versos de asas coloridas…
que me levem no voo anímico do meu querer.

Fanny Costa

5 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Olá Fanny! Mais uma belíssimo poema!! AMEI!

Um abraço prometido, ao luar...

Beijo e um excelente fim de semana!

Célia disse...

Belíssimo poema!
Destaco:
"Recolhida na gaiola do meu viver, pego no lápis dos sonhos e desenho portas e janelas abertas… deixo que a poesia do meu coração entre e me segrede versos de asas coloridas… que me levem no voo anímico do meu querer".
Abraço.

Graça Pires disse...

As portas e as janelas trazem e levam aquilo que a vida nos oferece. Gostei da ideia de as desenhar sempre abertas…. Um belo poema.
Uma boa semana.
Um beijo.

Gracimar Martins disse...

Olá, gostei do seu blog é muito interessante, eu tenho um blog onde escrevo os meus textos de diferentes temas , Fico aguardando a sua visita se gostar pode me seguir.
Cumprimentos.
Lindo poema! Parabéns.

Agostinho disse...

Clausura voluntária, diria
Um cerrar de olhos e um deixar-se levar
até onde o sonho empeçar
no dorso da verdade
há ilusão e verdade neste poetar

bj, FC