Diziam que ela era fada, tinha um lago azul no seu olhar e
vestia-se com a cor do mar. Tinha a beleza do sol nos cabelos ondulados como as
areias levadas pelos ventos. Gostava do amanhecer e da carícia das flores que
ela desenhava nas paredes do seu quarto feito de sonhos azuis. Tinha as mãos
belas, acetinadas e coloridas como as flores do seu coração. Havia enigmas
naquele Ser invulgar. Os seus lábios de rubis cintilavam mesmo nas madrugadas e
guardavam palavras querendo florescer num tesouro ausente, escondido na
floresta do seu Amor.
Havia no seu peito uma nascente de perguntas, poemas
inacabados e no rosto uma luzência querendo alumiar a noite de um coração
ausente tão presente. Vivia fechada numa casa abandonada, mas gostava da
solidão porque sentia o murmúrio de uma outra alma que a chamava. O silêncio
imperava, era a sua canção e a sua dança oculta.
Os seus braços elevavam-se na sua (in)quietude, queria ser
ave e adejar… levitava nas estrelas… queria chegar ao outro lado do seu
coração. Havia poemas por terminar e rimas para amar.
Fanny Costa
1 comentário:
Como sempre, adoro ler as suas prosas poéticas! :)
Beijos- Boa noite
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