sexta-feira, 15 de maio de 2020

Rascunhos da Existência




As palavras perderam a voz, os caminhos dos sonhos calaram os cânticos das almas. Abracei o silêncio das melodias e enrosquei-me nos braços dos meus versos adormecidos e permaneci naquele templo de palavras abandonadas. Repousei os sentidos, bebi cada significado como se fossem o bálsamo das minhas dores.
O violino da alma entoou a memória esquecida levada pelos ventos agrestes do sentir e por momentos evadi-me da clausura das tempestades. De olhos fechados vislumbrei os labirintos da alma e percebi que os rascunhos da existência se tornavam cada vez mais perceptíveis.

Fanny Costa