segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Escrevo-te...



Escrevo-te de um lugar que não existe, um jardim de sentidos, ausente de ruídos onde a harpa dos anjos toca e me eleva o espírito. As palavras regressam ao oásis do meu sentir e o amanhã sorri com a luz do sol que pousaste nos meus lábios cansados. Hoje creio na eternidade, no oceano dos teus abraços que desaguaram no meu peito, creio na magia dos teus olhos que albergam as florestas dos sonhos e me convidam a permanecer. Hoje, a noite tem o luar do teu amor pleno de Luz e de estrelas que despertaram com o teu murmúrio no meu coração silente… suaves murmúrios a guiar os meus passos que se perdiam no dédalo da existência.
Quero-te em mim, sem relógios… quero ouvir o poema da tua alma a acolher no meu regaço… quero sentir todas as palavras, todas as rimas guardadas neste espaço sem portas e sem janelas… Tu és o Templo Sagrado onde quero entrar, és o meu abrigo…  És o enigma almejado deste Ser tresmalhado há tantos séculos!


Fanny Costa

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

O Sorriso do Poeta




Hoje o poeta espreguiçou-se na ternura de um beijo, apanhou palavras que ficaram deitadas na sua almofada querendo enlaçar o poema que se erguia com o sol da manhã. O poeta sorriu com aquele emaranhado de sentidos despidos de razão e os sons do seu coração voaram na brisa do alvorecer.
Hoje o poeta não calou a poesia que nasceu no murmúrio da noite, as letras desenharam fantasias e esperança nas páginas brancas do seu viver.
De que cor são os teus sonhos, Poeta? Que melodias tocam? Quem os sente como tu? O Amor é a canção da tua Alma?
Hoje o poeta pintou as cores de um nome na flor que desabrochou no seu jardim, pétalas de arco-íris perfumadas de aurora. Hoje o silêncio foi uma suave carícia, asas de anjo no abraço de um Sentir… um beijo nos lábios de um Sonho…um olhar entrelaçado no mesmo firmamento.

Fanny Costa

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Ausência





Escuto-te neste silêncio e vejo a luz que emana do teu ser. Ao ouvir o teu murmúrio doce… quente, a minha Alma aconchega-se nestas noites gélidas e obscuras.
A noite desnuda-me. Não tenho frio. O receio é uma utopia que afasto do meu pensamento. Saio e passeio por trilhos de solidão onde se veem luzências a piscar pelas janelas dos edifícios. Imagino quantos corações estarão a amar-se no conforto dos lares, sussurrando a palavra Amor. Sorrio triste. Sinto-te. Teimo em ouvir-te como quem se desnuda na escuridão para Amar.
Não estás comigo e vives na minha Alma. Gosto da melodia do silêncio e da quietude das brisas. Medito e encontro-te naquele Éden de papoilas onde corríamos quando nos amávamos entre gargalhadas e beijos de Amor. A tua ausência é uma presença em mim, mesmo que as tuas asas não estejam a enlaçar o meu corpo. As brisas que sopram despenteiam os meus cabelos e sei que elas têm as tuas mãos preenchidas de ti, a ternura que exalas em cada suspiro de saudade.
Sei-te em mim. Vejo-te no baloiçar das árvores que dançam as músicas que vêm de longe, sinto o teu perfume nos jasmins que sorriem para mim. E neste remanso anímico, regresso a casa com os rouxinóis melódicos que me conduzem no seu adejar amoroso.
Sinto os teus abraços e adormeço pela madrugada no sorriso da tua Alma.

Fanny Costa

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Semeadores de Sonhos



Somos poetas,
jardineiros de luz.
Somos semeadores
de estrelas no fulgor
dos sentidos,
caminheiros embalados
por sílabas de flores
e brisas de beijos.
E inventamos o poema
para regar o júbilo da alma
e o sorriso das rosas
onde florescem versos.
Asas errantes, perfumadas
no murmúrio das pétalas,
estrofes de pássaros
no silêncio do voo…

Fanny Costa

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Um raio de Sol




Há de nascer um raio de Sol
na penumbra dos teus olhos
e um sorriso desenhar-se-á
nos teus lábios quietos, amargurados,
quando soltares as amarras
que te prendem as asas.

Há de nascer o Sol todas as manhãs,
quando o teu olhar aprender
a seguir a brilho dos teus sonhos
e embrenhar-se no embalo do teu viver.

Hão de nascer girassóis na tua janela
e hás de relembrar um a um, suavemente...
todos os que desfilam no jardim dos teus dedos,
mesmo os que esmorecem nos temporais dos dias.

Há de nascer um Sol nas cordilheiras do teu Ser…
só depois florescerão os sentidos da palavra Silêncio
e o Mundo abraçar-te-á de asas abertas
num deleitoso recomeço!

Fanny Costa

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Clausura




A porta abriu-se...
entrou o cansaço cheio de dor...
queria descansar no quarto da esperança
e eu, apática, deixei-o entrar.
A minha alma ficou plena de abatimento
e o mundo ficou esfumado
numa lembrança tímida... quase sem forma.

Fecho os olhos, procuro os sonhos
cada vez mais longínquos...
quase impercetíveis...
pontos de luz esvoaçando a reminiscência de um sorriso...
pássaros de asas feridas, mas resilientes...

Estou cansada...
as janelas também se fecharam
e ocultaram a magia da primavera
que orquestrava a melodia das aves
e o bailado das árvores
numa coreografia de cores perfumadas.

Recolhida na gaiola do meu viver,
pego no lápis dos sonhos
e desenho portas e janelas abertas…
deixo que a poesia do meu coração
entre e me segrede versos de asas coloridas…
que me levem no voo anímico do meu querer.

Fanny Costa

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Abraças o silêncio...



Abraças o silêncio, escutas a melodia da tua voz que se solta do teu coração ávido por um murmúrio de poesia. Tantos dias passam sem que possas visitar o relicário da tua alma e beber o néctar dos sentimentos que vestem de aurora os teus dias cinzentos e sombrios.

Hoje o Sol poisou no teu papel amarrotado, clareou as palavras imersas no vazio da clausura em que vives, hoje o vento soprou ternuras e arejou a dor do teu sentir. Vives encarcerada na liberdade dos teus passos que já se cansam de caminhar.

Onde está o azul que te preenche a essência? Onde estão as paisagens com que sonhas todas as noites quando sucumbes ao sono que te leva para o infinito nas asas do teu sonho?

Olhas e nada vislumbras… és corda solta de um violino ferido… sem melodia!

Amanhece e as tuas asas ausentaram-se. Observas as palavras que esboçam pequenos sorrisos num papel tímido, silente… sussurros de vento que te abençoam as horas e perpetuam a esperança que ainda vive no segredo do teu Ser.

Fanny Costa

domingo, 15 de julho de 2018

Voz do Silêncio

Solidão...a voz do silêncio preenche as sílabas abafadas do tormento... letras que se perdem nas ondulações inquietas de mais uma noite sem estrelas.  Palpitam palavras amordaçadas pela penumbra dos sentidos... há um vazio que propala ilusão... perfumes de versos perdidos nas pautas do vento. Os olhares vagueiam sem direção... tresmalham-se no infinito... afundam-se em buracos negros... Amanhecem luas novas... raios de  sombra que aclaram a mente... mais um dia sem o sorriso de um sonho... sem a poesia de um gesto... sem a ternura de uma brisa.


Fanny Costa

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Quando me olhas




É quando me olhas que o poema
floresce nas linhas do meu coração
e as feridas do tempo se desvanecem
nas nuvens brancas que passam.
É quando pintas o meu rosto na tela
da tua alma que a minha alma dança
no desenho das tuas mãos cálidas
de desejo e afeição.
E, quando me chegas no abraço
dos teus sonhos, eu acordo no futuro
no ninho dos teus braços saudosos
dos teus beijos, desse teu bem-querer
onde repousam as minhas asas
querendo alcançar a beleza do teu Ser.

Fanny Costa

quinta-feira, 21 de junho de 2018

AnoiteSer



Ando cansada! Estou extenuada destes dias em que não consigo segurar os meus sonhos, deste tormento que me persegue e me impede de vislumbrar o sorriso da vida. Estou cansada de adiar este reencontro com o meu Ser, de trilhar o meu verdadeiro caminho…  O Tempo é fugaz, escapa-se por entre os meus passos que desamparados tombam em mais um labirinto sombrio e avassalador.

Preciso repousar esta ansiedade, eliminar o torpor das minhas asas. Preciso ter o tempo que já não existe! Preciso tanto dele e reencontrar-me com a exultação do meu Sentir… de fazer o que tanto amo… simples gestos que me fazem tão feliz e que agora não são senão meras fantasias, quimeras que eu desenho na minha mente.

Quando chega a noite, mergulho dentro de mim… saio de mim… vou-me extinguindo com a noite e não é pesaroso este torpor do meu corpo em que, finalmente, encontro a serenidade. Gosto de percorrer as veredas da noite e respirar o aroma do esquecimento. Gosto de me reencontrar e esquecer o desalento dos dias, o desassossego do meu coração.

Gosto de adormecer os dias, gosto de anoiteSer!

Fanny Costa

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Ainda é tempo...




Ainda é tempo…


Ainda é tempo, desfaz as amarras…
voa em busca do sorriso adormecido!
Aquele que sempre adornou o teu rosto
e agora está encoberto no segredo
atormentado dos teus olhos.

Não esqueças os bosques azuis
onde passeavas quando o inverno
te perseguia resistente e obstinado…
Recorda-te das fadas do arco-íris
e as estrelas desenhadas na escuridão
do teu sentir… a cintilação que adentrava
no teu ser e te devolvia a magia perdida.

Ainda é tempo… Este é o tempo
da metamorfose do teu Ser!
Não abdiques de trilhar o novo caminho
abraça o tempo que te melindrou,
liberta a tua alma! Galga as fronteiras
do medo, da resignação que nada te
enaltecem.

Ainda é tempo… é a hora de acertares
os ponteiros do relógio, avança…
não estagnes mais os teus sonhos
que andam cansados de deambular
nas encruzilhadas de tantos desencantos.
Eles ainda não olvidaram as tuas promessas
essa jura interior de que não os abandonarias
mesmo que passassem muitos anos…

Ainda não é tarde…  é agora o tempo certo,
por isso, adeja nas alas dos teus devaneios
e resgata todas as estrelas tresmalhadas
dos sorrisos ávidos que ainda aguardam por ti…

Fanny Costa

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Canção da tua Alma




Hoje o silêncio não cantou. Hoje não se escutou a balada da sua alma. Acordou povoada de memórias, tatuagens de dor e solidão. A nebulosidade do seu Sentir ofuscava o seu olhar molhado num labirinto de perplexidade, uma via sem saída. As correntes de dor enlaçaram as asas do seu sonho e desencontrou-se dos seus voos, agora incertos.

Não temas, alma angustiada… temer é sofrer, continua a tua senda, mesmo que as tuas asas estejam cansadas de voar. Aninha-te naquele barco que está atracado nas nuvens, solta-o e deixa-te velejar pelos ventos da liberdade. Embala a tua alma nas marés de algodão, escuta as melodias das sereias que navegam junto ao teu mar de rosas brancas.  Apanha o teu sonho que ainda não feneceu. Os sonhos não perecem, simplesmente adormecem anestesiados pela mente que te enfraquece o Ser.

Não desalentes, agarra a Vida, sente a respiração da árvore que te sustém, mesmo que as folhas tombem no outono do teu viver. Liberta o teu sentir, deixa que os teus olhos encontrem as borboletas aprisionadas do teu querer… solta-as, deixa que elas partam rumo à primavera do teu sentir.

Não olvides a tua essência, tu és uma Rainha no teu Reino de Cristal, frágil, mas só teu. Não deixes que fragmentem esse teu poder, essa tua magia tão tua. “O Amor é uma utopia!– exclamas”… Ele és tu, já está em ti, ele só espera que o desprendas… o deixes crescer primeiro em ti e se faça melodia nos ouvidos do teu Eu. Só depois poderás dançar e abraçar os outros com a Canção da tua Alma.

Fanny Costa

A Poesia das Flores






Nada como contemplar a poesia das flores e escutar o murmúrio das suas cores,
 das suas fragrâncias... é um bailado de sentidos na paisagem da nossa alma.

Uma flor e um sorriso ...

Fanny Costa

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Caminhos Cruzados




Olhas o horizonte e não sabes as estrelas que há no céu. Duvidas que as estrelas vivam em ti, mas tu és uma delas, uma porção desse horizonte que vês e não entendes. Nada e ninguém pode enfraquecer a luz que te habita porque a estrela que brilha em ti é demasiado cintilante para esmorecer com a rebelião da tua mente. Crê que os corações que se atravessaram com o teu já estavam destinados, eles contêm códigos, lições que deves descortinar. São aprendizagens necessárias, sábias sejam as explicações e que (quase) tudo possas compreender.

Não lastimes os caminhos trilhados, as neblinas veementes do teu Sentir, o Sol fulgurante que te acalentou e os sorrisos que esqueceste de sorrir porque estavas absorta em cogitações estéreis. Tens em ti todas as (des)ilusões que superaste, por isso não deplores os tropeços do teu Sentir e as lágrimas que germinaram do teu coração magoado… Não foi por teres tombado nos degraus do teu Saber Interior que deixaste de ser Anjo.

Lembra-te que nos caminhos traçados em ti brotam flores, umas mais belas que outras, cada uma com a sua fragrância… e os seus mistérios…  são jardins que (des)conheces e muitas vezes não te levam a parte alguma. Percebe que as flores também murcham, mesmo quando elas vicejavam esplendor… murcham momentos passados apesar do aroma ainda pairar no jardim amargurado do teu Ser… são pedaços de recordações e, às vezes, é preciso varrer as folhas mortas.

Fanny Costa

terça-feira, 5 de junho de 2018

Universo da tua Alma





Não te angusties se já não sabes mais como desenhar sonhos no papel do teu coração. Confia no silêncio, acredita em ti próprio, procura na solidão do teu ser detalhes que nem tu conheces. É uma árdua aprendizagem… é um caminho que tens trilhar na tua companhia, mesmo que no início sintas uma ligeira turbulência e algumas lágrimas teimem em cair dos teus olhos. Não negues a luz que quer florescer em ti… idealiza que és uma árvore, as árvores têm raízes profundas… não as vislumbramos… mas elas existem. Tens um Universo dentro da tua Alma que quer sorrir para ti… Sê como a árvore que cresce rumo às estrelas, ela é a ponte entre a Terra e o Céu. Os seus ramos ondulam nos ventos que as tocam com os seus beijos de vida e os pássaros são anjos que cantam as baladas do teu sentir.
Se mesmo assim, não conseguires encontrar o caminho dos teus sonhos, aceita a dádiva de seres como és, porque a árvore que cresceu no teu ser já está em ti e as estrelas brilham lá no horizonte querendo abraçar o teu querer. Aquieta-te… silencia e fecha os olhos! Sente as brisas etéreas que tocam a tua face e desenha um sorriso no papel do teu coração… há sonhos que querem voar contigo… a criança ainda vive em ti!

Fanny Costa

sábado, 2 de junho de 2018

Madrugadas de Silêncio




Por vezes é preciso construir madrugadas de silêncio, quando os trilhos são cicatrizes, feridas guardadas na memória dos dias. Mergulho no vazio das palavras, adormeço o pensamento e deixo que a bússola me leve a um Tempo onde a mente se extingue e onde brotam cascatas de deleite anímico.
É tempo de Sentir, de desapegar… é o meu espaço de Luz, de solidão… magia de um lugar sem paredes onde a minha alma voa sem medo de cair no precipício da dolência.

Fanny Costa

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Digressão Interior



Não temas a solidão, esse instante áureo onde (re)conheces o teu Ser. Não são trevas o que vês, é um imenso oceano onde mergulhas no azul da tua alma.  Se censurarem, não te inquietes com as sombras dos que te observam com os olhos da Terra. É nessa diferença de seres quem és, que tu te tornas Luz na escuridão dos que te rodeiam. Não queiras semelhanças. Tu és um ser singular.  Aprimora-te na diferença, sente a Vida com a doçura do Universo.

Imagina que molhas os pés numa praia, que visitas uma floresta pela primeira vez, o que sentes? Silencia… aquieta a tua mente. Ousa caminhar nos milagres da Natureza, percebe cada brisa, cada som que te murmura e lê a poesia que está escrita em cada sorriso de uma flor, uma saudade contida num ramo que baloiça quando te aproximas. Não te distraias. Continua. Respira, sente o fôlego da Alma que te agradece esta digressão interior.

Se souberes ser tu mesmo, se trepares as tempestades e nelas colheres girassóis, terás o Sol dentro de ti e compreenderás “tudo” o que se expressa dentro de ti.

Fanny Costa

domingo, 27 de maio de 2018

Solidão




Solidão...a voz do silêncio preenche as sílabas abafadas do tormento... letras que se perdem nas ondulações inquietas de mais uma noite sem estrelas.  Palpitam palavras amordaçadas pela penumbra dos sentidos... há um vazio que propala ilusão... perfumes de versos perdidos nas pautas do vento. Os olhares vagueiam sem direção... tresmalham-se no infinito... afundam-se em buracos negros.... Amanhecem luas novas... raios de sombra que aclaram a mente... mais um dia sem o sorriso de um sonho... sem a poesia de um gesto... sem a ternura de uma brisa.

Fanny Costa

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Bosque Secreto



Um pássaro… um gorjeio… um som na magia da solidão! Um infinito desenhado no outro lado do mundo onde escreves os teus sonhos e onde eu oculto os meus.  Dou-te a mão do meu silêncio e caminho contigo nas veredas que se cruzam e onde os violinos da Alma tocam harmoniosamente. Nasce o poema na aurora do Sentir… timidamente danças nos meus braços sem que me percebas e o meu sorriso floresce no bosque secreto das quimeras.

Mas subitamente o pássaro deixa de cantar. O gorjeio extingue-se com o vento gélido que arrefece a magia do silêncio. Regresso ao finito inconstante da minha existência e não vislumbro os sonhos que entrelacei aos teus… não leio o poema que brotou no coração do Universo… e as minhas mãos estão vazias de ti… sem a melodia que nos enleava naquela valsa maravilhada onde o amor despontava em cada flor que sorria.

Regresso a este mundo… sem entendimento...

Ecoa nos vales longínquos este som tão sonhado, esmola do meu querer, asa ferida que não consegue voar para o bosque encantado, vacuidade do sentir, voo interrompido pela neblina da perturbação.

Fanny Costa

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Mensagem das Brisas





Sentei-me na almofada do horizonte. Senti um silêncio que me embalava o Ser e adormeci. Não sei se foi sonho, sei que vi um sorriso de luz a abeirar-se do meu corpo. As suas mãos de nuvem tocaram o meu rosto e o meu olhar estremeceu. Lembro-me da fragrância que ficou naquele éden sem nome e das janelas que permaneceram abertas. No papel das brisas uma mensagem poisou no meu peito, mas eu não entendi. Eram códigos das estrelas, brilhos tão intensos que o meu olhar se encandeou deslumbrado. Mas que segredo estaria escrito naquele pedaço de aragem que me arrepiava a pele dos sentidos e comovia o meu coração?

Só quando a melodia da alvorada acordou aquela quietude, eu compreendi que no peito estava escrita a palavra S a u d a d e.

Fanny Costa


sexta-feira, 18 de maio de 2018

Sons da Alma





Já tentaram ouvir os sons da Alma... a canção interior de cada um de nós? O nosso Ser tem uma infinidade de melodias. Ele conhece todas elas. Quando ouvimos a canção de outra Alma e sorrimos é porque sentimos uma conexão musical que nos liberta as asas. Neste momento o voo dançante de ternura é um milagre do Universo que nos abre as portas da Essência.

Fanny Costa

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Correria




A vida corre e nós, loucamente, corremos também. Vivemos enclausurados entre quatro paredes, de coração fechado para o paraíso que está do outro lado, sobrevivemos atolados em obrigações e superficialidades.
Quantas flores perfumadas permanecem na solidão dos jardins sem olhares de candura, de gestos de ternura que abracem a beleza destes trilhos mágicos? Quantos mares murmuram segredos e ninguém os escuta? Quantas vagas poderiam acariciar o nosso corpo e proporcionar um alento interior? Quantos corações choram na clausura do seu Sentir? Vivem amargurados, sem caminhos traçados, vagueiam nos seus deveres. Escravos dos seus arbítrios, asas quebradas, remendadas…


Mas…
Quantas almas choram lágrimas de alegria na solidão do silêncio e veem sorrisos nos jardins revelados no interior da seu Ser? Quantas vezes sonhamos e abraçamos o horizonte que é só nosso? Temos pássaros dentro de nós, escondidos que acordam quando adormecemos o pensamento. E aí somos livres, a nossa casa não tem paredes, o Sol embala a nossa alma cansada e murmura-lhe Amor.
Quando despertamos para a corrida da vida, levamos em nós esse murmúrio doce. Guardamos um tesouro íntimo e o nosso sorriso tem agora outro brilho, sorriem diamantes de Paz.

Fanny Costa

quarta-feira, 16 de maio de 2018

O silêncio



Cada vez mais aprecio o silêncio porque consigo ouvir a minha alma. Nele encontro muitas respostas e percebo o motivo de outros silêncios que são muros intransponíveis e dolorosos.

Fanny Costa

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Natureza



Mergulhar na Natureza, abraçar as brisas, entregar-se sem pensar...apenas sentir e absorver a magia do momento. É este embalo o refúgio dos Sábios, que se envolvem na ternura dos (a)braços da Mãe Terra.

Fanny Costa

sábado, 12 de maio de 2018

Abrigo




Hoje quero ficar sozinha. Preciso escutar o meu silêncio e compreender esta rebelião de sentimentos que sufoca a minha alma. Por vezes tenho esta urgência de ficar estacionada no meu abrigo e deixar-me estar a cogitar nas imperfeições dos meus passos. Hoje não quero companhia, prefiro somente a minha, a que me enxuga as lágrimas que correm pela minha face pálida e me conforta nesta imensidão de inquietações.
Hoje preciso lavar o meu Ser, preciso respirar os aromas das flores ocultas no meu coração. Há tantas questões sem respostas, há tantos castelos a desmoronar e eu não sei o que fazer. Anseio a força anímica que me reconstrua estes alicerces em que me sustento e me devolva algum alento.
Sei do caminho árduo que ainda tenho de trilhar e das dores que me acompanharão, são obstruções essenciais para o meu crescimento existencial. Enquanto aguardo, vou remendando retalhos de esperança que foram perdendo as cores, mas ainda visíveis no meu olhar. Às vezes, vou ouvir o mar, deleito-me nos bosques dos sonhos, olho o céu cheio de estrelas, escuto murmúrios de felicidade e sorrio.

Fanny Costa

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Desassossego




Prefiro adormecer esta voz que anseia alvorecer a escuridão das perplexidades… há palavras que devem ficar arrecadadas nas gavetas do coração e deixá-las repousar no desassossego do pensamento. Quando não sei como deslindar as minhas inquietudes, permaneço sem som, silencio o meu Sentir e vejo-me florir no deserto dos sentidos. E nestes espaços vazios de mim, sei-te como um fragmento presente, mas ausente em mim…

Fanny Costa

Ânsia de partir...



Esta vontade de partir, esta ânsia de esquecer, apagar todas as páginas escritas da minha vida e ir com o vento!
Há dias em que a noite nos agarra e não deixa entrar o sol na nossa alma. Cerram-se as janelas e nem as estrelas espreitam numa fresta do pensamento.
Não sei conter mais esta urgência de segurar a bagagem dos meus sonhos e levá-la para longe…mas há tentáculos que me prendem os voos, agarram as minhas asas, não consigo mover esta ânsia de mudar e renascer noutro lugar.
Quisera banhar-me no rio Letes, esquecer-me de mim, reaprender a viver e sentir com um outro coração mais gelado, mais endurecido e sem sentimentos.
Sinto tanto frio, mas dizem que as flores sorriem lá fora e os pássaros cantam melodias aquecidas pela primavera. Eu não escuto nada… nem o silêncio… somente ruídos atroantes, tantos gritos a martelarem os meus sentidos e esta ânsia de cavalgar livremente os montes que me impedem de vislumbrar a felicidade que está no outro lado que nunca pude contemplar.
Abraço o meu querer, beijo o meu porvir e um sorriso tímido ainda teima acordar dentro de mim…

Fanny Costa

terça-feira, 8 de maio de 2018

Cansaço




Há um cansaço que me acompanha,
enleia-se a mim sem eu querer.
Desequilibra-me o corpo, pesa na alma,
ofusca o meu olhar que já não sabe ver.

Estendo os braços, mas já não sinto
a brisa etérea no rosto nem vislumbro
o sorriso do horizonte nas canções das flores.
Abro as mãos inabitadas de alento
Fogem-me os sentidos por entre os dedos,
como os grãos de areia da praia.
Os sonhos escapam-se na espuma das ondas
que tudo leva... sem retorno.

Fanny Costa

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Clube dos Poetas Mortos





Houve muitos filmes que me marcaram e tocaram o meu coração... "O Clube dos Poetas Mortos" foi um deles. A beleza da sua mensagem faz-nos refletir e ver o que realmente é importante nesta nossa caminhada terrena.
Aproveitar, agarrar o momento, sentir a Poesia da Vida, permitir que ela nos abrace e não sentir vergonha de amar, de verbalizar o amor e de "colher botões de flores". Se os dias forem vividos assim, o nosso semblante iluminar-se-á de sorrisos.
Todos nós somos Poetas... há os que a sabem escrever, mas também há aqueles que a sabem sentir... têm jardins encantados dentro de si e não sabem que são poetas!

Fanny Costa

sábado, 5 de maio de 2018

Bosque dos Sonhos





Deambulo pelos bosques dos meus sonhos e reconheço a minha alma peregrina. O mesmo céu… o mesmo Sol que afagou a minha face nos momentos da minha introspeção, da magia da Lua para a qual a minha alma declamou poemas de devoção.
Não há como fugir deste caminho que me segreda memórias, os astros embalam-me nos seus braços e levam-me para mundos (re) conhecidos. Há um apelo silente que o meu coração escuta… há a voz da verdade que me enlaça, confidências que despertam reminiscências adormecidas.
Uma Alma, que carrega os seus sonhos mais profundos, sabe de onde veio e para onde vai… Um dia irá retornar a sua casa, com um sorriso desenhado nos seus passos de Luz.

Fanny Costa

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Neblinas





Dói-me o horizonte que carrego nos olhos
As neblinas estão pesadas e estou cansada
De deambular com este frio…
Onde está o meu sentir que se perdeu?
Onde estão os sonhos que já não os vejo?
Olho à minha volta e não vejo nada…
Somente a brancura que está tão negra.

Fanny Costa

Tesouro Ausente




Diziam que ela era fada, tinha um lago azul no seu olhar e vestia-se com a cor do mar. Tinha a beleza do sol nos cabelos ondulados como as areias levadas pelos ventos. Gostava do amanhecer e da carícia das flores que ela desenhava nas paredes do seu quarto feito de sonhos azuis. Tinha as mãos belas, acetinadas e coloridas como as flores do seu coração. Havia enigmas naquele Ser invulgar. Os seus lábios de rubis cintilavam mesmo nas madrugadas e guardavam palavras querendo florescer num tesouro ausente, escondido na floresta do seu Amor.

Havia no seu peito uma nascente de perguntas, poemas inacabados e no rosto uma luzência querendo alumiar a noite de um coração ausente tão presente. Vivia fechada numa casa abandonada, mas gostava da solidão porque sentia o murmúrio de uma outra alma que a chamava. O silêncio imperava, era a sua canção e a sua dança oculta.

Os seus braços elevavam-se na sua (in)quietude, queria ser ave e adejar… levitava nas estrelas… queria chegar ao outro lado do seu coração. Havia poemas por terminar e rimas para amar.

Fanny Costa

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Primavera de um Sentir




Ela estava cansada. Sonhava em silêncio enclausurada no seu abrigo de palavras. Esqueceu-se de ouvir os pássaros da sua alma. O barulho do pensamento emudecia a voz do seu coração e fechava as janelas dos seus olhos. Mas às vezes sonhava. Soltava as algemas que lhe prendiam o voo e lhe apagavam os sorrisos amordaçados pelo turbilhão do seu viver.
Abria as portas do Templo do seu Coração e via o Sol a nascer a desfilar no poema do seu Sentir.
No ar, o aroma das rosas brancas, a fragrância do jasmim…cheiros florais de alento. Acordava o Sonho.
Quanta formosura irradia agora do seu semblante. Flutua como uma bailarina, voluteia, dança… cabelos soltos penteados pelos Anjos…  leva nas mãos ramos de ternura. Dos seus olhos nascem sorrisos lunares, lagos azuis embalados no interior da sua alma que espargem magia e doçura no horizonte dos sonhadores deslumbrados a quem chamam poetas.
As fadas sorriem com o chilrear dos pássaros que voam nas brisas confidentes, florescem cânticos e poemas nos bosques abandonados e entristecidos.
Desponta a primavera do Sentir num jardim secreto e radioso… tão sonhado!

Fanny Costa

terça-feira, 1 de maio de 2018

Mulher Flor



Todos os dias as brisas do alvorecer alisavam os seus longos cabelos com os raios do sol e ela, elegante, abraçava a paisagem que lhe devolvia os abraços. Fechava os olhos e sentia uma magia que lhe aquecia o peito e deambulava por campos infinitos de papoilas.

 O sol está em ti, habita a tua casa que ninguém conhece. És um segredo que a natureza encobre no tesouro da floresta, és um lírio perfumado que não pode ser revelado nem tocado.

Quem és tu, Ser enigmático que vagueias por estes trilhos de silêncio e trazes a primavera no olhar? Quem és tu, que pintas os campos com a cor rubra dos teus lábios. Ofereces palavras às flores e elas soltam risadas. Sacodem as suas pétalas e as borboletas voluteiam numa dança querendo poisar nessa alegria.

Todos os entardeceres, com uma grinalda de papoilas, ela regressa com as aves ao ninho da sua introspeção, bálsamo da sua Alma, canção de Amor que entoa enquanto adormece com o beijo das estrelas que depois conversam com a Lua até ao amanhecer.

Fanny Costa

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Harpas do Sonho




Tocam harpas pelo firmamento, noites de saudade, estrelas cintilantes no aconchego da memória. Há um Universo para lá do que os nossos olhos perscrutam. Um mundo onde moram os Sentidos tatuados no corpo, viajantes sagrados da Alma. Cada cântico transmuta-se em beleza e deslumbramento. Nesta ponte da vida por onde deambulamos, abrigamos reminiscências (e)ternas, sonhos abençoados pela união de tantas almas afins e tantos (des)encontros destinados.

Ó Harpa celestial, quantos mistérios e segredos albergam em ti! Quantas dores e receios choram em ti? Quantas poesias inspiraste aos Poetas lunáticos, os alquimistas das palavras?
Sorriem e lacrimejam árias infinitas, melodias peregrinas em demanda da Alma Celestial, protetoras dos que ascendem as escadas do Silêncio.

Harpa dos Sonhos, és a Deusa dos ecos que sussurram os céus em noites de ternura e melancolia.

Fanny Costa

domingo, 29 de abril de 2018

Voo dos sonhos



 Há sonhos a flutuar no Universo do Amor. Há quem os agarre e os resguarde no ninho secreto do seu coração. E há quem os leve para dançar no sorriso dos seus braços vazios, mas plenos de Fé. Há tantos sonhos por crescer, há tantas danças contidas no âmago de Seres lacrimosos, tantas grades invisíveis nos olhos cansados que anseiam a liberdade do voo.
Nunca deixes de sonhar, alma amargurada, crê que o bailado da vida já começou dentro de ti.  Não desperdices a melodia do teu silêncio nem cerres as janelas da esperança. Convida o aroma das flores a entrar nos teus aposentos, deixa que as aves pousem nas tuas mãos e te levem a voejar com eles pelos jardins do (a)mar.

Fanny Costa

sábado, 28 de abril de 2018

Santuário do Silêncio



Sinto-me incompleta, um vácuo existencial onde mergulho em noites sombrias sem estrelas. Penso nas palavras que ficaram por dizer e as que ficaram perdidas no horizonte que os meus olhos já não sabem ler. Entrego os meus passos a um labirinto e sinto frio. Caem pingos de sal pelo meu rosto frágil, perdido e sem brilho. 

Mas há dias que o coração quer fugir, leva-me pela mão do Sonho até ao Santuário do Silêncio. Não rejeito este apelo e vou. Levo o cansaço nos braços, as mágoas estão tatuadas em mim… não sei como despir este infinito desalento.

Sento-me num galho de uma árvore estendido no tapete da floresta e silencio o barulho da mente. Respiro profundamente, sinto a fragrância das flores, mas não as vejo. Quero entender o coração…

Descansa, alma angustiada! O teu triste sentir é um pedaço louco de vento, deixa-o ir…. Liberta-te. Ouves o cântico encantado dos pássaros? Eles corrupiam entrelaçados de beijos e de júbilo… eles voam para te encantar. Sorri. Quanta magia nestes fragmentos de silêncio! Fecha os olhos, sente e tudo verás.  Rejeita os pensamentos, flui como um suave regato na mansuetude da tua solidão. Tu és uma pomba branca que um Anjo enviou do Céu. Sorve o sentimento que brota da nascente do teu Ser…. Há tantas palavras sem voz que tudo aclaram, nem sempre o parecer é o ser que julgas abraçar nos teus dias. Deixa-te estar neste remanso. Esquece o Tempo que é uma utopia. Sê as tuas próprias asas, mesmo ressentidas, mas será o teu voo. Dos teus caminhos germinarão flores e estas vê-las-ás porque elas emanarão do jardim formoso do teu Ser.

Fanny Costa

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Sorriso de Arco-Íris




Afaga-me a pele com as tuas mãos aveludadas de algodão doce, suaviza as feridas da alma que ainda doem baixinho…há gotas que ainda brotam das profundidades e teimam em resvalar por estes olhos cansados que dizes ser o teu (a)mar.
Murmura-me os teus silêncios, confidencia-me os horizontes por onde caminhas na tua solidão. Dá-me o teu coração, a tua alma… não acorrentes os diamantes do teu Ser com cadeados de temor e dúvidas. Liberta o teu Sentir, acalma as marés e os ventos que te (me) fustigam. Observa as gaivotas, elas voam mesmo nas tempestades, refugiam-se no areal por onde passeámos os nossos segredos de outrora e onde voámos jubilosos na poesia mansa das ondas.
Vem, amor... estou tão só…oiço melodias nostálgicas, silentes, sem as letras dos teus versos… vem…  adoça-me os sentidos e deixa-me saborear os morangos dos teus lábios. Deixa que eu seja uma gaivota com as tuas asas, deixa-me voar no recanto do teu Céu que também é meu… juntos pintaremos o sorriso de um arco-íris só nosso!
  
Fanny Costa

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Páginas em branco




Poderia escrever-te versos, construir estrofes de pássaros voejantes…  talvez um poema cheio de mim e com o meu coração rimado com o teu em cada verso, mas a realidade emudeceu o horizonte das palavras ainda entorpecidas. As janelas estão quase fechadas. O Sol velou-se na obscuridade das poesias desconexas e eu já não sei ausentar-me da página em que fiquei inanimada, sem luz, sem saber como voar.
A melodia já não toca na partitura meiga das brisas e os sonhos afundaram-se no vazio da procela orquestrada pela dança imprudente de um arcaico momento.
Poderia escrever-te, mesmo que as tormentas tenham desfolhado as flores apodrecidas de uma memoração revitalizada. Sento-me no banco do rodapé e confio. Se eu pudesse escrever o meu amor por ti, encheria de beijos as páginas em branco do livro que já nem ousas folhear. Gostaria tanto de soltar o barco encalhado da tua alma à deriva neste mar alvoraçado de dubiedades. Talvez o vento extinga as brumas do teu Sentir. Talvez me leves de novo nas tuas asas que querem reaprender a voar na reciprocidade do olhar e no mesmo firmamento.

Fanny Costa

terça-feira, 24 de abril de 2018

Invocação





-Ainda adormecida?!

 Desperta, abre as janelas azuis da tua alma. Vejo tantos sonhos querendo despontar, mas os teus olhos ainda estão fechados. Ouves os pássaros a chilrear canções de primavera? Levanta-te, fada das tranças loiras! Enfeita os teus cabelos com as flores do teu jardim interior, veste o teu vestido branco e passeia com a carícia das brisas matinais. 

A Natureza chama por ti e o sorriso do Sol já está desenhado no horizonte. Há mensagens dos anjos nas cascatas que escorrem pelas montanhas, há segredos nos riachos que atravessam o lago do teu olhar vigilante.


Escuta o silêncio e vislumbra a alegria da Terra, entende os murmúrios de amor que a música das folhas orquestram por onde passas com a delicadeza dos teus passos de algodão. Inspira profundamente, sente o perfume reconfortante das plantas. Interpreta os recados do Universo.

Não caminhas só, fada das tranças loiras, tu és plenitude, não tens apegos que te aprisionem as asas e te impedem de ver a Luz da vida. Tu és um Ser livre, ousa e voa pelo arco-íris onde moram todos os teus sonhos.

Fanny Costa