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quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Saudade do Futuro

 


Ando cansada! Sinto-me vazia. Há uma nostalgia que me invade, uma sensação de que poderia ser mais feliz. Sinto-me fora do meu espaço sagrado, sinto que poderia dar a mão e o coração a alguém que me acompanhasse nesta minha descoberta interior. São tão belos os trilhos da alma, são poemas celestiais, são murmúrios de Deus que nos abraçam e nos fazem sorrir com lágrimas nos olhos. Adoro a minha solitude, este meu relicário tão encantado. Não há medicação na farmácia que me cure. Há a Natureza, as plantas, as flores, o mar, as aves... Demorar-me nesses lugares abençoados, sentir toda a sua magia e ler a poesia que desponta numa borboleta que pousa no meu braço e as fragrâncias que percorrem todo o meu corpo... Relaxar simplesmente e tocar o amor no ar, respirar profundamente, saber sentir, conectar-me com o meu Eu Superior. Há o silêncio que me envolve e me puxa para um lugar só meu. Há as melodias que me convidam a flutuar noutra dimensão e me desenham sorrisos na alma. Talvez seja ainda o momento de experienciar a solitude, esta minha companhia comigo própria... Talvez no futuro, possa dar as mãos e o coração a alguém que vibre na mesma frequência vibratória que a minha. Ou talvez seja eu que ainda necessite subir mais uns degraus da evolução espiritual... Creio na Sabedoria Divina. Medito com muito amor, vizualizo os meus sonhos como se já estivessem concretizados e agradeço com muita profundidade. É esta paisagem que os sentidos da alma necessitam vislumbrar.

Hoje foi mais um dia em que a saudade do futuro me acenou e disse: "Não desistas de ti nem do que o teu coração faz vibrar. Luta, acredita... Caminha mesmo que os trilhos sejam excessivamente sinuosos e difíceis. Nada impedirá o que já está escrito nas estrelas que te trouxeram a este mundo, sente a tua missão. Tu nasceste e terás de Renascer. Não receies a mudança, sai da tua zona de conforto... A Vida espera por ti há tanto tempo! "

domingo, 28 de novembro de 2021

Bailado de papel

 


Há folhas a voejar sobre o mar, levou-as o vento na solidão de mais um entardecer.

Mas que importa? Que voem para longínquos lugares.  São afinal simples poemas... são versos perdidos em estrofes magoadas e  sem rumo certo.

Um dia, chamaram-lhes flores do coração, hoje são páginas amarguradas, desbotadas, sentimentos dúbios num alvoroço estonteante.

Há gaivotas esvoaçantes num bailado de papel, há um poeta sentado no promontório do infortúnio lacrimejando o silêncio do seu coração com as mãos vazias mas cheias de dor.

 

Autoria: Fanny Costa