Devagar, chega a noite com o seu
manto de estrelas. Solto o pensamento e deixo que o silêncio entre pelas
janelas do coração. Escuto as brisas que despertam os sentidos, namoro a Lua e
conto os sonhos que escrevem tantas estrelas no céu que me enlaçam de mistério
e me deixam nos olhos cicios de saudade.
Olho em redor… sento-me no vale
encantado e imagino quantas promessas moram nas folhas das árvores, quantas
memórias perdidas a Lua guarda nas suas mãos, esperando libertá-las e doá-las
aos poemas que ainda estão por escrever.
Vislumbro sendas híbridas,
labirintos de solidão, trilhos desvalidos onde só os poetas sabem caminhar
porque só eles sabem abraçar a solidão e dançar nas estradas onde os raios do
luar espreitam mesmo que eles se escondam para acender outras madrugadas.
Deixo-me ficar assim… a
contemplar o infinito. Solto as asas do meu Sentir… e espero que o beijo do
alvorecer me devolva o poema que deixei gravado na pauta do vento, a canção de
um murmúrio enamorado, a voz de um sorriso que eu encontrei naqueles caminhos
cruzados… o Poeta da minha Alma.
Fanny Costa