O jardineiro amava o seu jardim de rosas, mas havia uma especial que ele guardava no seu coração. Rara flor que ele protegia e cuidava com muito amor num canteiro resguardado e fechado não viessem as ventanias e tempestades magoar a debilidade das suas pétalas.
Um
dia plantou outras flores no terreno fértil do seu Ser e outro jardim
floresceu como um sonho a perfumar o seu coração enchendo-o de alegria. Ele
contemplava o seu jardim cheio de cores e fragrâncias maravilhosas mas a
rosa do seu coração quase fenecera fechada na sua solidão. Como esquecer a
fragilidade da sua flor tão amada? Como poderia esquecer a fragrância daquela
rosa que ele tanto protegera e tantos cuidados lhe dera?
Pegou
nela, suavemente, espargiu ternura, beijou as suas pétalas aveludadas e com os seus amorosos murmúrios, as pétalas vicejaram em sorrisos deslumbrantes.
Agora aquele jardineiro não poderia deixar a sua flor esquecida naquele canteiro, aparentemente resguardado.
O
jardineiro perdia-se nos seus pensamentos, vivia num tumulto de
sentimentos e os jardins coloridos eram o seu alento, a sua paz.
Um
dia, distraído nas suas infindas cogitações, esqueceu-se da porta aberta e as
pétalas aveludadas esvoaçaram velozes nas asas de um vento agreste. A sua
rosa encantada, tão amada, nunca mais embelezou aquele canteiro tão precioso.
Autoria:
Fanny Costa