sexta-feira, 24 de julho de 2020

Medit(c)ação



Silêncio, muito silêncio...somente o murmúrio do mar, o bailado dos galhos das árvores embalado pelas brisas airosas da alvorada, o chilrear magnânimo dos pássaros que (en) cantam...
Silêncio, quero escutar a canção da alma, quero interpretar as vozes que entram no meu espaço sagrado. Abro o coração para sentir, resguardo tudo o que se passa em mim, tudo o que percorre os meus sentidos... como um rio que flui nas veias da essência... Há o que fica, há o que se extingue consoante os desígnios do meu Sentir.
Há pensamentos que ousam entrar neste relicário interior lembranças, ideias, imagens... deixo que elas esvoacem como as nuvens brancas que se apartam lentamente no horizonte. Vêm e vão... mergulho no vácuo quântico e encontro-me de novo com o meu Ser. Flutuo na "escuridão" do meu mundo, vislumbro estrelas coloridas e deixo-me ir nas asas do arco-íris, como uma pena, leve e solta. Uma Luz magnânima se acende, o meu olhar ilumina-se com o esplendor daquela visão enigmática, daquele Portal de Luz que se abre.... Choro compulsivamente ao mesmo tempo que as gargalhadas do coração entoam por aquele espaço interior de silêncio.
Um paradoxo de sentimentos, uma magia que me transporta onde a minha alma quer viajar e onde eu quero ficar. Vou para o Bosque de Asas Brancas, baloiço nos segredos do vento, tudo está misteriosamente mais rutilante... as árvores, as flores, as borboletas, as estrelas, o luar... até as pessoas estão mais resplandecentes, mesmo que ainda não percecionem.
Vou compreendendo a dualidade da vida, a alegria, a tristeza… e os obstáculos... consciente da sua impermanência.
Aceito e deixo-me ir, na certeza que os meus trilhos são os ajustados no movimento etéreo dos meus passos que se movimentam na imobilidade do meu corpo.
Com este silêncio, meditação, equanimidade, a mente vai-se sublimando.
Somos cientistas de nós mesmos, sabedores do invisível, da realidade da nossa natureza genuína, pela nossa própria vivência de solitude, pela nossa nova ConsCiência.
E ao sublimar, não há mais muros que inibam a fluidez do amor.... Extingue-se o nevoeiro do olhar, o coração desata as amarras, voa na alegria, no perdão, na compaixão e as lágrimas que caem são de pura gratidão.

Fanny Costa


terça-feira, 21 de julho de 2020

Solitude



Há um bailado de palavras, na solitude do coração, a dança é apenas uma quimera, o sorriso de uma asa almejando voejar no cântico eloquente das brisas deslumbradas.
Há um sonho acorrentado, o nevoeiro dos dias sem o sol da liberdade...a esperança que ainda entoa nos violinos etéreos da alma...

Fanny Costa

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Tesouro da Alma


Gosto de caminhar, escutar os meus passos a dialogar com a terra, códigos impercetiveis que só a alma entende. 
Gosto da suavidade das brisas que acariciam os meus cabelos desalinhados e do esplendor do Sol que me beija a face desenhando sorrisos nos meus olhos.
Gosto das fragrâncias da Natureza, do burburinho das árvores, que eu abraço sentindo o pulsar da Mãe Gaya. 
Não sei controlar os meus passos, eles levam-me sem destino e eu deixo-me ir, qual bailarina rodopiando feliz, sem medos, sem amarras. 
Sento-me na areia da praia ainda deserta, apaixono-me pelas aves que me saúdam numa dança esvoaçante de gargalhadas. 
Sorrio, sorrio... sem fim! 

Penso no milagre da Vida, da simplicidade grandiosa do Universo, invisível a tantos olhares distraídos e tresmalhados nos trilhos da vida. 
Fecho os olhos, devagar, respiro profundamente a suavidade do horizonte, silencio a mente. Vislumbro agora oásis estelares, um arco-íris infinito e os meus pés são agora asas que me levam em voos coloridos pelo Universo. Há jardins de sonhos, sinto o perfume das flores etéreas e perceciono uma beatitude celestial onde eu entrego, amorosamente, os poemas do meu coração. 
Flutuo na magia das galáxias e descortino que o tempo não tem horas, nem minutos... não há passado nem futuro. 

De regresso compreendo que o tempo é o AGORA e que em todos nós reside uma beleza única, inigualável, um Tesouro Precioso que não é material, mas é o mais próspero e abundante que podemos ter (Ser). 

Fanny Costa 

sábado, 4 de julho de 2020

Demanda



Todos os dias te sonho. Tu que és o Universo e cabes no meu coração, em cada recanto do meu Ser e que respiras nos poros da minha pele.

Por vezes sonho com o Futuro, outras vezes sento-me no baloiço dos meus silêncios e sinto os teus (a) braços etéreos, ternura flutuante que me eleva os sentidos ao teu mundo onde eu gostaria de me aninhar quando o frio me arrefece a Essência, mesmo que lá fora a brisa aqueça a aurora.

Oiço o teu murmúrio na melodia das árvores, vejo o teu sorriso nas flores que os meus olhos agradecem, isto porque tu és a Natureza onde eu gosto de passear e de te sonhar... sou uma simples Fada na demanda do Amor.

Fanny Costa 

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Veredas da Vida






Tanto deambulava pelas veredas da vida, mas havia muros tão altos, barreiras disformes que faziam tropeçar a esperança!

Por vezes, parava e pensava o motivo de tantos obstáculos e tantos desejos adiados. Por que tantas sombras apagavam os seus sonhos cheios de sol que lhe aqueciam a alma e lhe devolviam sorrisos esquecidos?! Qual a razão de tantos caminhos nublados e gélidos, se ela só almejava a paz, o Amor, a serenidade que embalasse o seu Sentir? Ela queria VIVER!

Refugiava-se nos segredos dos livros, enveredava por rios de palavras onde gostava de afagar as suas melancolias e ondulava mais feliz quando os versos inesperados brotavam do seu coração cheios de luz e sentido.

Ela não caminhava sozinha, andava de mão dada com a solidão que lhe murmurava tantos enigmas, tantas questões aclaradas quando se entregava ao silêncio mágico dos seus pensamentos. Descortinava mistérios que desenhavam contornos coloridos no seu destino. Ela sabia que um dia teria o Sol da sua Vida a beijar o seu Coração, a sua Alma… teria de esperar e continuar a sua jornada com os olhos postos no mar, nas flores, no céu e nas estrelas… Esperar, simplesmente esperar!

“Confia!”- dizia-lhe o seu Eu Interior… “Esse dia irá chegar, mas não perguntes quando, porque o Tempo, onde a teu verdadeiro Ser habita,  não existe.”

Fanny Costa 🦋

domingo, 28 de junho de 2020

Nas Asas do Sentir





Devagar, chega a noite com o seu manto de estrelas. Solto o pensamento e deixo que o silêncio entre pelas janelas do coração. Escuto as brisas que despertam os sentidos, namoro a Lua e conto os sonhos que escrevem tantas estrelas no céu que me enlaçam de mistério e me deixam nos olhos cicios de saudade.

Olho em redor… sento-me no vale encantado e imagino quantas promessas moram nas folhas das árvores, quantas memórias perdidas a Lua guarda nas suas mãos, esperando libertá-las e doá-las aos poemas que ainda estão por escrever.

Vislumbro sendas híbridas, labirintos de solidão, trilhos desvalidos onde só os poetas sabem caminhar porque só eles sabem abraçar a solidão e dançar nas estradas onde os raios do luar espreitam mesmo que eles se escondam para acender outras madrugadas.

Deixo-me ficar assim… a contemplar o infinito. Solto as asas do meu Sentir… e espero que o beijo do alvorecer me devolva o poema que deixei gravado na pauta do vento, a canção de um murmúrio enamorado, a voz de um sorriso que eu encontrei naqueles caminhos cruzados… o Poeta da minha Alma.

Fanny Costa

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Se tu soubesses



Se tu soubesses como o mar dos meus olhos desagua amorosamente no bosque encantado dos teus, talvez pudesses escutar os murmúrios da minha alma, guardados na solidão das estrelas.
Se tu soubesses como as minhas mãos folheiam as páginas de silêncio  do teu coração e as preencho com as palavras que se soltam do meu, tão cansado... talvez os pássaros da tua alma entoassem cânticos de amor, talvez os nossas asas se enleassem num bailado inspirado de poemas.

Fanny Costa

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Despertar




O sol espreitou pela janela. Acordou-me, com um beijo de brisa. Entrou e sorriu. Deixou-me aromas de primavera e saiu murmurando às árvores que ainda se espreguiçavam entontecidas pela alvorada. 
Ficou o cântico dos pássaros.
Ficou a melodia do silêncio que chamou o meu coração e eu libertei as asas... 
e fui...

 Fanny Costa 

sábado, 20 de junho de 2020

Transmutação




Cansou-se

Já não havia tempo de se deter em cogitações e analisar as atitudes incongruentes que a rodeavam… Olhava agora para dentro de si mesma, excluía os vendavais de críticas e o negativismo que lhe ofereciam todos os dias. Fechou os olhos e observou que o que vem de fora são pequenas lições que lhe mostravam o verdadeiro caminho a seguir. Mesmo que não desejasse, teria de conviver com a frivolidade. O real torturava-a, por isso procurava o alento dentro de si própria. Já há muito tempo que se fechava na alegria que descobria na sua solidão. Observava com atenção, demorava-se nos caminhos silenciosos da sua alma e encontrava relíquias encantadas.

Não, não fugiu… nem quis esquecer. Não podia! Impossível abandonar o que se vê todos os dias, a todo o momento! Escapou-se para um mundo só dela, fechou os ouvidos, calou a voz… libertou o coração, já extenuado de tantas opressões e desvarios. Aprendeu que o tempo é demasiado curto para se perder.

Descansa agora na magia do seu sonho, da sua luz… tira as máscaras e sorri. Inventa cores, aromas… colhe flores do seu jardim e desenha-as no seu vestido rodado de seda. Corre…
d a n ç a… V O A … Voluteia como fada num reino encantado de poesia e amor...

Fanny Costa


sexta-feira, 15 de maio de 2020

Rascunhos da Existência




As palavras perderam a voz, os caminhos dos sonhos calaram os cânticos das almas. Abracei o silêncio das melodias e enrosquei-me nos braços dos meus versos adormecidos e permaneci naquele templo de palavras abandonadas. Repousei os sentidos, bebi cada significado como se fossem o bálsamo das minhas dores.
O violino da alma entoou a memória esquecida levada pelos ventos agrestes do sentir e por momentos evadi-me da clausura das tempestades. De olhos fechados vislumbrei os labirintos da alma e percebi que os rascunhos da existência se tornavam cada vez mais perceptíveis.

Fanny Costa

quarta-feira, 21 de agosto de 2019




Voa um par de andorinhas, fazendo verão. E vem uma vontade de rasgar velhas cartas, velhos poemas, velhas cartas recebidas. Vontade de mudar de camisa, por fora e por dentro...Vontade...para que esse pudor de certas palavras?... Vontade de amar, simplesmente.

Mário Quintana

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Escrevo-te...



Escrevo-te de um lugar que não existe, um jardim de sentidos, ausente de ruídos onde a harpa dos anjos toca e me eleva o espírito. As palavras regressam ao oásis do meu sentir e o amanhã sorri com a luz do sol que pousaste nos meus lábios cansados. Hoje creio na eternidade, no oceano dos teus abraços que desaguaram no meu peito, creio na magia dos teus olhos que albergam as florestas dos sonhos e me convidam a permanecer. Hoje, a noite tem o luar do teu amor pleno de Luz e de estrelas que despertaram com o teu murmúrio no meu coração silente… suaves murmúrios a guiar os meus passos que se perdiam no dédalo da existência.
Quero-te em mim, sem relógios… quero ouvir o poema da tua alma a acolher no meu regaço… quero sentir todas as palavras, todas as rimas guardadas neste espaço sem portas e sem janelas… Tu és o Templo Sagrado onde quero entrar, és o meu abrigo…  És o enigma almejado deste Ser tresmalhado há tantos séculos!


Fanny Costa

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

O Sorriso do Poeta




Hoje o poeta espreguiçou-se na ternura de um beijo, apanhou palavras que ficaram deitadas na sua almofada querendo enlaçar o poema que se erguia com o sol da manhã. O poeta sorriu com aquele emaranhado de sentidos despidos de razão e os sons do seu coração voaram na brisa do alvorecer.
Hoje o poeta não calou a poesia que nasceu no murmúrio da noite, as letras desenharam fantasias e esperança nas páginas brancas do seu viver.
De que cor são os teus sonhos, Poeta? Que melodias tocam? Quem os sente como tu? O Amor é a canção da tua Alma?
Hoje o poeta pintou as cores de um nome na flor que desabrochou no seu jardim, pétalas de arco-íris perfumadas de aurora. Hoje o silêncio foi uma suave carícia, asas de anjo no abraço de um Sentir… um beijo nos lábios de um Sonho…um olhar entrelaçado no mesmo firmamento.

Fanny Costa

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Ausência





Escuto-te neste silêncio e vejo a luz que emana do teu ser. Ao ouvir o teu murmúrio doce… quente, a minha Alma aconchega-se nestas noites gélidas e obscuras.
A noite desnuda-me. Não tenho frio. O receio é uma utopia que afasto do meu pensamento. Saio e passeio por trilhos de solidão onde se veem luzências a piscar pelas janelas dos edifícios. Imagino quantos corações estarão a amar-se no conforto dos lares, sussurrando a palavra Amor. Sorrio triste. Sinto-te. Teimo em ouvir-te como quem se desnuda na escuridão para Amar.
Não estás comigo e vives na minha Alma. Gosto da melodia do silêncio e da quietude das brisas. Medito e encontro-te naquele Éden de papoilas onde corríamos quando nos amávamos entre gargalhadas e beijos de Amor. A tua ausência é uma presença em mim, mesmo que as tuas asas não estejam a enlaçar o meu corpo. As brisas que sopram despenteiam os meus cabelos e sei que elas têm as tuas mãos preenchidas de ti, a ternura que exalas em cada suspiro de saudade.
Sei-te em mim. Vejo-te no baloiçar das árvores que dançam as músicas que vêm de longe, sinto o teu perfume nos jasmins que sorriem para mim. E neste remanso anímico, regresso a casa com os rouxinóis melódicos que me conduzem no seu adejar amoroso.
Sinto os teus abraços e adormeço pela madrugada no sorriso da tua Alma.

Fanny Costa

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Semeadores de Sonhos



Somos poetas,
jardineiros de luz.
Somos semeadores
de estrelas no fulgor
dos sentidos,
caminheiros embalados
por sílabas de flores
e brisas de beijos.
E inventamos o poema
para regar o júbilo da alma
e o sorriso das rosas
onde florescem versos.
Asas errantes, perfumadas
no murmúrio das pétalas,
estrofes de pássaros
no silêncio do voo…

Fanny Costa

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Um raio de Sol




Há de nascer um raio de Sol
na penumbra dos teus olhos
e um sorriso desenhar-se-á
nos teus lábios quietos, amargurados,
quando soltares as amarras
que te prendem as asas.

Há de nascer o Sol todas as manhãs,
quando o teu olhar aprender
a seguir a brilho dos teus sonhos
e embrenhar-se no embalo do teu viver.

Hão de nascer girassóis na tua janela
e hás de relembrar um a um, suavemente...
todos os que desfilam no jardim dos teus dedos,
mesmo os que esmorecem nos temporais dos dias.

Há de nascer um Sol nas cordilheiras do teu Ser…
só depois florescerão os sentidos da palavra Silêncio
e o Mundo abraçar-te-á de asas abertas
num deleitoso recomeço!

Fanny Costa

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Clausura




A porta abriu-se...
entrou o cansaço cheio de dor...
queria descansar no quarto da esperança
e eu, apática, deixei-o entrar.
A minha alma ficou plena de abatimento
e o mundo ficou esfumado
numa lembrança tímida... quase sem forma.

Fecho os olhos, procuro os sonhos
cada vez mais longínquos...
quase impercetíveis...
pontos de luz esvoaçando a reminiscência de um sorriso...
pássaros de asas feridas, mas resilientes...

Estou cansada...
as janelas também se fecharam
e ocultaram a magia da primavera
que orquestrava a melodia das aves
e o bailado das árvores
numa coreografia de cores perfumadas.

Recolhida na gaiola do meu viver,
pego no lápis dos sonhos
e desenho portas e janelas abertas…
deixo que a poesia do meu coração
entre e me segrede versos de asas coloridas…
que me levem no voo anímico do meu querer.

Fanny Costa

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Abraças o silêncio...



Abraças o silêncio, escutas a melodia da tua voz que se solta do teu coração ávido por um murmúrio de poesia. Tantos dias passam sem que possas visitar o relicário da tua alma e beber o néctar dos sentimentos que vestem de aurora os teus dias cinzentos e sombrios.

Hoje o Sol poisou no teu papel amarrotado, clareou as palavras imersas no vazio da clausura em que vives, hoje o vento soprou ternuras e arejou a dor do teu sentir. Vives encarcerada na liberdade dos teus passos que já se cansam de caminhar.

Onde está o azul que te preenche a essência? Onde estão as paisagens com que sonhas todas as noites quando sucumbes ao sono que te leva para o infinito nas asas do teu sonho?

Olhas e nada vislumbras… és corda solta de um violino ferido… sem melodia!

Amanhece e as tuas asas ausentaram-se. Observas as palavras que esboçam pequenos sorrisos num papel tímido, silente… sussurros de vento que te abençoam as horas e perpetuam a esperança que ainda vive no segredo do teu Ser.

Fanny Costa

domingo, 15 de julho de 2018

Voz do Silêncio

Solidão...a voz do silêncio preenche as sílabas abafadas do tormento... letras que se perdem nas ondulações inquietas de mais uma noite sem estrelas.  Palpitam palavras amordaçadas pela penumbra dos sentidos... há um vazio que propala ilusão... perfumes de versos perdidos nas pautas do vento. Os olhares vagueiam sem direção... tresmalham-se no infinito... afundam-se em buracos negros... Amanhecem luas novas... raios de  sombra que aclaram a mente... mais um dia sem o sorriso de um sonho... sem a poesia de um gesto... sem a ternura de uma brisa.


Fanny Costa