quinta-feira, 17 de maio de 2018

Correria




A vida corre e nós, loucamente, corremos também. Vivemos enclausurados entre quatro paredes, de coração fechado para o paraíso que está do outro lado, sobrevivemos atolados em obrigações e superficialidades.
Quantas flores perfumadas permanecem na solidão dos jardins sem olhares de candura, de gestos de ternura que abracem a beleza destes trilhos mágicos? Quantos mares murmuram segredos e ninguém os escuta? Quantas vagas poderiam acariciar o nosso corpo e proporcionar um alento interior? Quantos corações choram na clausura do seu Sentir? Vivem amargurados, sem caminhos traçados, vagueiam nos seus deveres. Escravos dos seus arbítrios, asas quebradas, remendadas…


Mas…
Quantas almas choram lágrimas de alegria na solidão do silêncio e veem sorrisos nos jardins revelados no interior da seu Ser? Quantas vezes sonhamos e abraçamos o horizonte que é só nosso? Temos pássaros dentro de nós, escondidos que acordam quando adormecemos o pensamento. E aí somos livres, a nossa casa não tem paredes, o Sol embala a nossa alma cansada e murmura-lhe Amor.
Quando despertamos para a corrida da vida, levamos em nós esse murmúrio doce. Guardamos um tesouro íntimo e o nosso sorriso tem agora outro brilho, sorriem diamantes de Paz.

Fanny Costa

4 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Um lindo e poético texto que tem muita verdade e nos leva a refletir.
Abraço

JC disse...

Se for necessário adormecer o pensamento para que os pássaros de sonho ganhem asas e voem livres e felizes, que assim seja.

Cidália Ferreira disse...

Boa tarde!

Maravilhoso texto. Intenso e verdadeiro!!


Beijo e um dia feliz!

Nataline disse...

Gostei muito do texto. Fez-me reflectir no dia a dia.
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Abraço