domingo, 20 de setembro de 2020

Percebo o Silêncio...



...o murmurar de um devaneio entorpecido que fecha as pálpebras do Amor, da Poesia. Sou cativa da Razão, entrevejo sonhos aluídos!
Não sei interpretar as linhas do poema! Os sentimentos amedrontam-me, invadem as áleas da minha nostalgia alucinando a fantasia que se esvai magoada nas ondulações irrequietas do sentimento.
Não sei entender o refrigério das quimeras. As palavras evadem-se, têm máscaras, estão cansadas de mim. Não sei sentir!
Enclausurei os sentidos. Os meus olhos não veem, não querem compreender... As sombras envolvem o horizonte, névoas de dor, dubiedades aterrorizantes. Uma saudade infinita... no devir do firmamento!
Procuro nos interstícios das brumas alguma luz, prendo as estrelas desatentas no meu coração tão exaurido!
Não quero submergir na letargia da realidade! Quero adormecer nos braços da noite, lembrar-me de mim... e deixar-me ir...ir...!

Fanny Costa


16 comentários:

Graça Pires disse...

Palavras agarradas a uma nostalgia inquieta. Muito belo!
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.

chica disse...

Lindas e tão intensas tuas palavras,FannY Muito bem tu escreves! beijos, ótima semana! chica

© Fanny Costa disse...

Muito grata, querida Graça.
Uma nostalgia inquieta, em emaranhado de sentires, de premonições...
Uma semana cheia de luz e de sorrisos no coração.
Beijinhos

© Fanny Costa disse...

Obrigada, querida Chica.
Um abraço com muito carinho e luz...

LuísM Castanheira disse...

Não sei o poema encontrou a luz da tarde;
se olhou bem esta despedida de verão; se
tanta angústia não será mesmo um devaneio.
Sei que a Razão diz-me que o poema deve
deixar a noite adormecer e amanhã acordar
com um belo nascer do sol . O outono tem
tanta, ou mais, beleza que um por-de-sol de
verão.
Um beijo (para hoje e amanhã) amiga

LuísM Castanheira disse...

* errata
"Não sei se o poema..."

© Fanny Costa disse...

Olá, Luís! O poema deambulou por caminhos inóspitos, mas a Natureza tem o dom de devolver toda a sua beatitude, após os temporais da vida. Em cada nascer do sol há um sorriso, que apesar das neblinas, sempre se encontra no nosso horizonte...embora muitas vezes os olhos da esperança se cerrem. Caem as folhas do Outono,caem sentimentos vazios... há sempre uma renovação que se anuncia em cada primavera do Ser.
Um abraço de Luz

Os olhares da Gracinha! disse...

Um bom momento poético com bela inquietude!!!
Obrigado pela visita 🙏

© Fanny Costa disse...

Muito grata, Gracinha.
Um abraço de luz

Manuel Veiga disse...

texto poético encantador
gostei. muito

agradeço a sua amável visita
abraço

A.S. disse...

FANNY... Quanta nostalgia!
Diria que estás dentro de uma bolha nostálgica. Mesmo assim, deixas-nos uma deliciosa prosa poética. Belissima! Todos passamos por momentos semelhantes. Quero "ver-te" sorrir!
Escrevi isto para ti :

Os teus textos
são talhados com o fogo
tal como as plantas florescem
com o calor do sol.
Mas há palavras como rios
que desaguam na nascente!...
Eu, limito-me a guardar um suspiro
do escultor de tão deliciosas palavras...

Um grande abraço querida Amiga!

Juvenal Nunes disse...

O silêncio é um encontro connosco próprio mas, para além disso, perpassa no texto uma incapacidade de conexão com a realidade envolvente, que a faz imergir na mais isolada solidão.
Espero que o meu caloroso abraço possa fazer reverter a situação.
Juvenal Nunes

© Fanny Costa disse...

Albino, meu amigo. Muita gratidão pelas tuas palavras. Não vou negar esta nostalgia intensa em que mergulhei, mas tudo passa. Hoje é outro dia e o coração começou a sorrir.
Um grande beijinho

© Fanny Costa disse...

Olá, Juvenal.
Há silêncios completamente opostos. Este, de facto, estava completamente desconectado com a minha essência mas por vezes precisamos chorar, desabafar nem que seja com palavras. O Universo sempre nos dá um colinho.
Um abraço de luz

JC disse...

Não, não podes ter enclausurado os sentidos! Eles afloram as tuas palavras, permitindo-nos ouvir o seu apelo ecoar nas paredes do silêncio, onde mergulhou a noite, realçando o brilho da tua alma, mirífica estrela da Constelação dos Poetas. Repara como eles estão mais refinados, prescientes e dotados de uma sensibilidade sublime e sedutora. Solta-os ao vento, quais pétalas perfumadas de raras rosas rubras que florescem no teu coração.

© Fanny Costa disse...

Muito grata, João, pelo carinho das tuas palavras. Às vezes, a escuridão invade o nosso ser e tudo à nossa volta é um vazio, cujas respostas são dúbias e nos atormentam. Mas há sempre um novo dia, uma nova esperança, há sempre uma primavera dentro de nós. Que o sorriso das pétalas perfumadas alegre o Jardim do Coração.
Um abraço de luz cintilante.

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