Já não havia tempo de se deter em
cogitações e analisar as atitudes incongruentes que a rodeavam… Olhava agora
para dentro de si mesma, excluía os vendavais de críticas e o negativismo que
lhe ofereciam todos os dias. Fechou os olhos e observou que o que vem de fora
são pequenas lições que lhe mostravam o verdadeiro caminho a seguir. Mesmo que
não desejasse, teria de conviver com a frivolidade. O real torturava-a, por
isso procurava o alento dentro de si própria. Já há muito tempo que se fechava
na alegria que descobria na sua solidão. Observava com atenção, demorava-se nos
caminhos silenciosos da sua alma e encontrava relíquias encantadas.
Não, não fugiu… nem quis
esquecer. Não podia! Impossível abandonar o que se vê todos os dias, a todo o
momento! Escapou-se para um mundo só dela, fechou os ouvidos, calou a voz…
libertou o coração, já extenuado de tantas opressões e desvarios. Aprendeu que
o tempo é demasiado curto para se perder.
Descansa agora na magia do seu
sonho, da sua luz… tira as máscaras e sorri. Inventa cores, aromas… colhe
flores do seu jardim e desenha-as no seu vestido rodado de seda. Corre…
d a n ç a… V O A … Voluteia como
fada num reino encantado de poesia e amor...
Fanny Costa
Fanny Costa