Há melodias e imagens que nos inspiram. Enchem-nos a alma no nosso recolhimento... as palavras começam a voar e a encontrar novos sentidos. Pura alquimia das letras que nos desenha sorrisos no coração e que gostamos de partilhar.
terça-feira, 21 de julho de 2020
Solitude
Há um bailado de palavras, na solitude do coração, a dança é apenas uma quimera, o sorriso de uma asa almejando voejar no cântico eloquente das brisas deslumbradas.
Há um sonho acorrentado, o nevoeiro dos dias sem o sol da liberdade...a esperança que ainda entoa nos violinos etéreos da alma...
Fanny Costa
segunda-feira, 6 de julho de 2020
Tesouro da Alma
Gosto de caminhar, escutar os meus passos a dialogar com a terra, códigos impercetiveis que só a alma entende.
Gosto da suavidade das brisas que acariciam os meus cabelos desalinhados e do esplendor do Sol que me beija a face desenhando sorrisos nos meus olhos.
Gosto das fragrâncias da Natureza, do burburinho das árvores, que eu abraço sentindo o pulsar da Mãe Gaya.
Não sei controlar os meus passos, eles levam-me sem destino e eu deixo-me ir, qual bailarina rodopiando feliz, sem medos, sem amarras.
Sento-me na areia da praia ainda deserta, apaixono-me pelas aves que me saúdam numa dança esvoaçante de gargalhadas.
Sorrio, sorrio... sem fim!
Penso no milagre da Vida, da simplicidade grandiosa do Universo, invisível a tantos olhares distraídos e tresmalhados nos trilhos da vida.
Fecho os olhos, devagar, respiro profundamente a suavidade do horizonte, silencio a mente. Vislumbro agora oásis estelares, um arco-íris infinito e os meus pés são agora asas que me levam em voos coloridos pelo Universo. Há jardins de sonhos, sinto o perfume das flores etéreas e perceciono uma beatitude celestial onde eu entrego, amorosamente, os poemas do meu coração.
Flutuo na magia das galáxias e descortino que o tempo não tem horas, nem minutos... não há passado nem futuro.
De regresso compreendo que o tempo é o AGORA e que em todos nós reside uma beleza única, inigualável, um Tesouro Precioso que não é material, mas é o mais próspero e abundante que podemos ter (Ser).
Fanny Costa
sábado, 4 de julho de 2020
Demanda
Todos os dias te sonho. Tu que és o Universo e cabes no meu coração, em cada recanto do meu Ser e que respiras nos poros da minha pele.
Por vezes sonho com o Futuro, outras vezes sento-me no baloiço dos meus silêncios e sinto os teus (a) braços etéreos, ternura flutuante que me eleva os sentidos ao teu mundo onde eu gostaria de me aninhar quando o frio me arrefece a Essência, mesmo que lá fora a brisa aqueça a aurora.
Oiço o teu murmúrio na melodia das árvores, vejo o teu sorriso nas flores que os meus olhos agradecem, isto porque tu és a Natureza onde eu gosto de passear e de te sonhar... sou uma simples Fada na demanda do Amor.
Fanny Costa
quinta-feira, 2 de julho de 2020
Veredas da Vida
Tanto deambulava pelas veredas da vida, mas havia muros tão altos, barreiras disformes que faziam tropeçar a esperança!
Por vezes, parava e pensava o motivo de tantos obstáculos e tantos desejos adiados. Por que tantas sombras apagavam os seus sonhos cheios de sol que lhe aqueciam a alma e lhe devolviam sorrisos esquecidos?! Qual a razão de tantos caminhos nublados e gélidos, se ela só almejava a paz, o Amor, a serenidade que embalasse o seu Sentir? Ela queria VIVER!
Por vezes, parava e pensava o motivo de tantos obstáculos e tantos desejos adiados. Por que tantas sombras apagavam os seus sonhos cheios de sol que lhe aqueciam a alma e lhe devolviam sorrisos esquecidos?! Qual a razão de tantos caminhos nublados e gélidos, se ela só almejava a paz, o Amor, a serenidade que embalasse o seu Sentir? Ela queria VIVER!
Refugiava-se nos segredos dos livros, enveredava por rios de palavras onde gostava de afagar as suas melancolias e ondulava mais feliz quando os versos inesperados brotavam do seu coração cheios de luz e sentido.
Ela não caminhava sozinha, andava de mão dada com a solidão que lhe murmurava tantos enigmas, tantas questões aclaradas quando se entregava ao silêncio mágico dos seus pensamentos. Descortinava mistérios que desenhavam contornos coloridos no seu destino. Ela sabia que um dia teria o Sol da sua Vida a beijar o seu Coração, a sua Alma… teria de esperar e continuar a sua jornada com os olhos postos no mar, nas flores, no céu e nas estrelas… Esperar, simplesmente esperar!
“Confia!”- dizia-lhe o seu Eu Interior… “Esse dia irá chegar, mas não perguntes quando, porque o Tempo, onde a teu verdadeiro Ser habita, não existe.”
Fanny Costa 🦋
Fanny Costa 🦋
domingo, 28 de junho de 2020
Nas Asas do Sentir
Devagar, chega a noite com o seu
manto de estrelas. Solto o pensamento e deixo que o silêncio entre pelas
janelas do coração. Escuto as brisas que despertam os sentidos, namoro a Lua e
conto os sonhos que escrevem tantas estrelas no céu que me enlaçam de mistério
e me deixam nos olhos cicios de saudade.
Olho em redor… sento-me no vale
encantado e imagino quantas promessas moram nas folhas das árvores, quantas
memórias perdidas a Lua guarda nas suas mãos, esperando libertá-las e doá-las
aos poemas que ainda estão por escrever.
Vislumbro sendas híbridas,
labirintos de solidão, trilhos desvalidos onde só os poetas sabem caminhar
porque só eles sabem abraçar a solidão e dançar nas estradas onde os raios do
luar espreitam mesmo que eles se escondam para acender outras madrugadas.
Deixo-me ficar assim… a
contemplar o infinito. Solto as asas do meu Sentir… e espero que o beijo do
alvorecer me devolva o poema que deixei gravado na pauta do vento, a canção de
um murmúrio enamorado, a voz de um sorriso que eu encontrei naqueles caminhos
cruzados… o Poeta da minha Alma.
Fanny Costa
quinta-feira, 25 de junho de 2020
Se tu soubesses
Se tu soubesses como o mar dos
meus olhos desagua amorosamente no bosque encantado dos teus, talvez pudesses
escutar os murmúrios da minha alma, guardados na solidão das estrelas.
Se tu soubesses como as minhas
mãos folheiam as páginas de silêncio do
teu coração e as preencho com as palavras que se soltam do meu, tão cansado...
talvez os pássaros da tua alma entoassem cânticos de amor, talvez os nossas
asas se enleassem num bailado inspirado de poemas.
Fanny Costa
segunda-feira, 22 de junho de 2020
Despertar
O sol espreitou pela janela. Acordou-me, com um beijo
de brisa. Entrou e sorriu. Deixou-me aromas de primavera e saiu murmurando às
árvores que ainda se espreguiçavam entontecidas pela alvorada.
Ficou
o cântico dos pássaros.
Ficou a melodia do silêncio que chamou o meu coração e eu libertei
as asas...
e fui...
Fanny Costa
sábado, 20 de junho de 2020
Transmutação
Já não havia tempo de se deter em
cogitações e analisar as atitudes incongruentes que a rodeavam… Olhava agora
para dentro de si mesma, excluía os vendavais de críticas e o negativismo que
lhe ofereciam todos os dias. Fechou os olhos e observou que o que vem de fora
são pequenas lições que lhe mostravam o verdadeiro caminho a seguir. Mesmo que
não desejasse, teria de conviver com a frivolidade. O real torturava-a, por
isso procurava o alento dentro de si própria. Já há muito tempo que se fechava
na alegria que descobria na sua solidão. Observava com atenção, demorava-se nos
caminhos silenciosos da sua alma e encontrava relíquias encantadas.
Não, não fugiu… nem quis
esquecer. Não podia! Impossível abandonar o que se vê todos os dias, a todo o
momento! Escapou-se para um mundo só dela, fechou os ouvidos, calou a voz…
libertou o coração, já extenuado de tantas opressões e desvarios. Aprendeu que
o tempo é demasiado curto para se perder.
Descansa agora na magia do seu
sonho, da sua luz… tira as máscaras e sorri. Inventa cores, aromas… colhe
flores do seu jardim e desenha-as no seu vestido rodado de seda. Corre…
d a n ç a… V O A … Voluteia como
fada num reino encantado de poesia e amor...
Fanny Costa
Fanny Costa
sexta-feira, 15 de maio de 2020
Rascunhos da Existência
As palavras perderam a voz, os
caminhos dos sonhos calaram os cânticos das almas. Abracei o silêncio das
melodias e enrosquei-me nos braços dos meus versos adormecidos e permaneci
naquele templo de palavras abandonadas. Repousei os sentidos, bebi cada
significado como se fossem o bálsamo das minhas dores.
O violino da alma entoou a
memória esquecida levada pelos ventos agrestes do sentir e por momentos
evadi-me da clausura das tempestades. De olhos fechados vislumbrei os
labirintos da alma e percebi que os rascunhos da existência se tornavam cada
vez mais perceptíveis.
Fanny Costa
quarta-feira, 21 de agosto de 2019
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
Escrevo-te...
Escrevo-te de um lugar que não existe, um jardim de sentidos, ausente de
ruídos onde a harpa dos anjos toca e me eleva o espírito. As palavras regressam
ao oásis do meu sentir e o amanhã sorri com a luz do sol que pousaste nos meus
lábios cansados. Hoje creio na eternidade, no oceano dos teus abraços que
desaguaram no meu peito, creio na magia dos teus olhos que albergam as
florestas dos sonhos e me convidam a permanecer. Hoje, a noite tem o luar do
teu amor pleno de Luz e de estrelas que despertaram com o teu murmúrio no meu
coração silente… suaves murmúrios a guiar os meus passos que se perdiam no dédalo da existência.
Quero-te em mim, sem relógios… quero ouvir o poema da tua alma a acolher no
meu regaço… quero sentir todas as palavras, todas as rimas guardadas neste
espaço sem portas e sem janelas… Tu és o Templo Sagrado onde quero entrar, és o
meu abrigo… És o enigma almejado deste
Ser tresmalhado há tantos séculos!
Fanny Costa
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
O Sorriso do Poeta
Hoje o poeta espreguiçou-se na ternura de um beijo, apanhou palavras que
ficaram deitadas na sua almofada querendo enlaçar o poema que se erguia com o
sol da manhã. O poeta sorriu com aquele emaranhado de sentidos despidos de
razão e os sons do seu coração voaram na brisa do alvorecer.
Hoje o poeta não calou a poesia que nasceu no murmúrio da noite, as letras
desenharam fantasias e esperança nas páginas brancas do seu viver.
De que cor são os teus sonhos, Poeta? Que melodias tocam? Quem os sente
como tu? O Amor é a canção da tua Alma?
Hoje o poeta pintou as cores de um nome na flor que desabrochou no seu
jardim, pétalas de arco-íris perfumadas de aurora. Hoje o silêncio foi uma
suave carícia, asas de anjo no abraço de um Sentir… um beijo nos lábios de um Sonho…um
olhar entrelaçado no mesmo firmamento.
Fanny Costa
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
Ausência
Escuto-te neste silêncio e vejo a
luz que emana do teu ser. Ao ouvir o teu murmúrio doce… quente, a minha Alma
aconchega-se nestas noites gélidas e obscuras.
A noite desnuda-me. Não tenho
frio. O receio é uma utopia que afasto do meu pensamento. Saio e passeio por
trilhos de solidão onde se veem luzências a piscar pelas janelas dos edifícios.
Imagino quantos corações estarão a amar-se no conforto dos lares, sussurrando a
palavra Amor. Sorrio triste. Sinto-te. Teimo em ouvir-te como quem se desnuda
na escuridão para Amar.
Não estás comigo e vives na minha
Alma. Gosto da melodia do silêncio e da quietude das brisas. Medito e
encontro-te naquele Éden de papoilas onde corríamos quando nos amávamos entre
gargalhadas e beijos de Amor. A tua ausência é uma presença em mim, mesmo que
as tuas asas não estejam a enlaçar o meu corpo. As brisas que sopram
despenteiam os meus cabelos e sei que elas têm as tuas mãos preenchidas de ti,
a ternura que exalas em cada suspiro de saudade.
Sei-te em mim. Vejo-te no
baloiçar das árvores que dançam as músicas que vêm de longe, sinto o teu
perfume nos jasmins que sorriem para mim. E neste remanso anímico, regresso a
casa com os rouxinóis melódicos que me conduzem no seu adejar amoroso.
Sinto os teus abraços e adormeço
pela madrugada no sorriso da tua Alma.
Fanny Costa
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
Semeadores de Sonhos
Somos poetas,
jardineiros de luz.
Somos semeadores
de estrelas no fulgor
dos sentidos,
caminheiros embalados
por sílabas de flores
e brisas de beijos.
E inventamos o poema
para regar o júbilo da alma
e o sorriso das rosas
onde florescem versos.
Asas errantes, perfumadas
no murmúrio das pétalas,
estrofes de pássaros
no silêncio do voo…
Fanny Costa
quarta-feira, 22 de agosto de 2018
Um raio de Sol
Há de nascer um raio de Sol
na penumbra dos teus olhos
e um sorriso desenhar-se-á
nos teus lábios quietos, amargurados,
quando soltares as amarras
que te prendem as asas.
Há de nascer o Sol todas as manhãs,
quando o teu olhar aprender
a seguir a brilho dos teus sonhos
e embrenhar-se no embalo do teu viver.
Hão de nascer girassóis na tua janela
e hás de relembrar um a um, suavemente...
todos os que desfilam no jardim dos teus dedos,
mesmo os que esmorecem nos temporais dos dias.
Há de nascer um Sol nas cordilheiras do teu Ser…
só depois florescerão os sentidos da palavra Silêncio
e o Mundo abraçar-te-á de asas abertas
num deleitoso recomeço!
Fanny Costa
sexta-feira, 27 de julho de 2018
Clausura
A porta abriu-se...
entrou o cansaço cheio de dor...
queria descansar no quarto da esperança
e eu, apática, deixei-o entrar.
A minha alma ficou plena de abatimento
e o mundo ficou esfumado
numa lembrança tímida... quase sem forma.
Fecho os olhos, procuro os sonhos
cada vez mais longínquos...
quase impercetíveis...
pontos de luz esvoaçando a reminiscência de um
sorriso...
pássaros de asas feridas, mas resilientes...
Estou cansada...
as janelas também se fecharam
e ocultaram a magia da primavera
que orquestrava a melodia das aves
e o bailado das árvores
numa coreografia de cores perfumadas.
Recolhida na gaiola do meu viver,
pego no lápis dos sonhos
e desenho portas e janelas abertas…
deixo que a poesia do meu coração
entre e me segrede versos de asas coloridas…
que me levem no voo anímico do meu querer.
Fanny Costa
segunda-feira, 23 de julho de 2018
Abraças o silêncio...
Abraças o silêncio,
escutas a melodia da tua voz que se solta do teu coração ávido por um murmúrio
de poesia. Tantos dias passam sem que possas visitar o relicário da tua alma e
beber o néctar dos sentimentos que vestem de aurora os teus dias cinzentos e sombrios.
Hoje o Sol poisou no teu
papel amarrotado, clareou as palavras imersas no vazio da clausura em que
vives, hoje o vento soprou ternuras e arejou a dor do teu sentir. Vives
encarcerada na liberdade dos teus passos que já se cansam de caminhar.
Onde está o azul que te
preenche a essência? Onde estão as paisagens com que sonhas todas as noites
quando sucumbes ao sono que te leva para o infinito nas asas do teu sonho?
Olhas e nada vislumbras…
és corda solta de um violino ferido… sem melodia!
Amanhece e as tuas asas
ausentaram-se. Observas as palavras que esboçam pequenos sorrisos num papel
tímido, silente… sussurros de vento que te abençoam as horas e perpetuam a
esperança que ainda vive no segredo do teu Ser.
Fanny Costa
domingo, 15 de julho de 2018
Voz do Silêncio
Solidão...a voz do silêncio preenche as sílabas abafadas do tormento... letras que se perdem nas ondulações inquietas de mais uma noite sem estrelas. Palpitam palavras amordaçadas pela penumbra dos sentidos... há um vazio que propala ilusão... perfumes de versos perdidos nas pautas do vento. Os olhares vagueiam sem direção... tresmalham-se no infinito... afundam-se em buracos negros... Amanhecem luas novas... raios de sombra que aclaram a mente... mais um dia sem o sorriso de um sonho... sem a poesia de um gesto... sem a ternura de uma brisa.
Fanny Costa
Fanny Costa
sexta-feira, 6 de julho de 2018
Quando me olhas
É quando me olhas que o poema
floresce nas linhas do meu coração
e as feridas do tempo se desvanecem
nas nuvens brancas que passam.
É quando pintas o meu rosto na tela
da tua alma que a minha alma dança
no desenho das tuas mãos cálidas
de desejo e afeição.
E, quando me chegas no abraço
dos teus sonhos, eu acordo no futuro
no ninho dos teus braços saudosos
dos teus beijos, desse teu bem-querer
onde repousam as minhas asas
querendo alcançar a beleza do teu Ser.
Fanny Costa
segunda-feira, 2 de julho de 2018
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