terça-feira, 8 de maio de 2018

Cansaço




Há um cansaço que me acompanha,
enleia-se a mim sem eu querer.
Desequilibra-me o corpo, pesa na alma,
ofusca o meu olhar que já não sabe ver.

Estendo os braços, mas já não sinto
a brisa etérea no rosto nem vislumbro
o sorriso do horizonte nas canções das flores.
Abro as mãos inabitadas de alento
Fogem-me os sentidos por entre os dedos,
como os grãos de areia da praia.
Os sonhos escapam-se na espuma das ondas
que tudo leva... sem retorno.

Fanny Costa

6 comentários:

Elvira Carvalho disse...

Triste... mas muito bonito.
Abraço

JC disse...

O que o mar leva acaba por trazer de volta, na espuma das ondas, incluindo os sonhos, que são pessoais e intransmissíveis, apesar de se materializarem sob o sentimento da partilha.

Cidália Ferreira disse...

Identifico-me muito com poemas tristes!

Beijinhos- Boa noite!

© Fanny Costa disse...

Grata, querida Elvira. O cansaço às vezes apodera-se dos poetas! Beijinho

© Fanny Costa disse...

A vida é mesmo assim, como as marés,emoções vão e vêm... resta a luz que ainda alumia o coração nas noites mais escuras.

© Fanny Costa disse...

Cidália, eu inspiro-me na tristeza. Embora nem sempre espelhe o que sinto. Neste caso, sim. Beijinho.