quarta-feira, 23 de maio de 2018

Bosque Secreto



Um pássaro… um gorjeio… um som na magia da solidão! Um infinito desenhado no outro lado do mundo onde escreves os teus sonhos e onde eu oculto os meus.  Dou-te a mão do meu silêncio e caminho contigo nas veredas que se cruzam e onde os violinos da Alma tocam harmoniosamente. Nasce o poema na aurora do Sentir… timidamente danças nos meus braços sem que me percebas e o meu sorriso floresce no bosque secreto das quimeras.

Mas subitamente o pássaro deixa de cantar. O gorjeio extingue-se com o vento gélido que arrefece a magia do silêncio. Regresso ao finito inconstante da minha existência e não vislumbro os sonhos que entrelacei aos teus… não leio o poema que brotou no coração do Universo… e as minhas mãos estão vazias de ti… sem a melodia que nos enleava naquela valsa maravilhada onde o amor despontava em cada flor que sorria.

Regresso a este mundo… sem entendimento...

Ecoa nos vales longínquos este som tão sonhado, esmola do meu querer, asa ferida que não consegue voar para o bosque encantado, vacuidade do sentir, voo interrompido pela neblina da perturbação.

Fanny Costa

4 comentários:

Daniela disse...

Parabéns pelas suas palavras tão intensas!
=)

Bjinhos

Cidália Ferreira disse...

Bom dia!
Os seus textos são deveras interessantes. Identifico-me!

Beijo e um excelente dia!

JC disse...

Não faz sentido trilharmos o bosque sagrado das quimeras, com suas sombras fugidias, se não acreditarmos na forte probabilidade de, pelo caminho, poder colher doces e revitalizantes frutos com sabor a vida.

AC disse...

Sentir, para caminhar
Viver, para transbordar
(Por entre as margens, é obrigatório conjugar o verbo amar)

Um beijinho, Fanny :)